Genoino confirma informação que Valério foi avalista do PT

O presidente do PT, José Genoino, confirmou hoje (2) a obtenção pelo partido, em 2003, de um empréstimo de R$ 2,4 milhões junto ao Banco de Minas Gerais (BMG), em operação que teve como avalista o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, o secretário de Finanças da legenda, Delúbio Soares, e o próprio Genoino.

Genoino corrigiu informação dada por ele próprio à revista ‘Veja’, autora da matéria sobre o empréstimo, de que não existiu tal operação financeira. "Dei uma informação equivocada para a ‘Veja’, porque recebi uma informação da Secretaria de |Finanças, de que o Marcos Valério não era avalista de nenhum empréstimo do PT. O empréstimo foi feito por orientação do tesoureiro Delúbio Soares e ele vai falar sobre esse assunto através de nota; vai mostrar documentos logo mais", disse o presidente do PT.

Questionado sobre se o empréstimo não comprovaria o vínculo do PT com o publicitário Marcos Valério, acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o operador do chamado "mensalão", o esquema de pagamento de mesadas a deputados em troca de apoio ao governo, Genoino reconheceu que são públicos "os vínculos do Marcos Valério com o tesoureiro do PT". Porém, sustentou que, como presidente do partido, nunca teve reuniões com o publicitário e nem participou de qualquer negociação entre Marcos Valério e Roberto Jefferson, inclusive um telefonema mencionado pelo deputado a respeito do publicitário que teria Genoino como interlocutor.

Genoino não quis confirmar se a primeira parcela do empréstimo foi paga pela SMP&B, a agência de Marcos Valério, como informa a ‘Veja’. Ele disse que esse detalhe seria esclarecido pela Secretaria de Finanças, mas destacou tratar-se apenas de um empréstimo comercial com regras claras e insistiu que Delúbio é quem dará as explicações.

Indagado se a revelação sobre a ocorrência do empréstimo complica a situação do PT, Genoino respondeu que "as investigações vão falar alto; o PT quer a verdade toda e vai se confrontar nas investigações com as mentiras do Roberto Jefferson, de cabeça erguida, seja em depoimentos, seja em acareação".

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