Gênio do marketing japonês ensina como exportar para seu país

O consultor Reugene Nishikawa, considerado pela revista norte-americana Fortune o gênio do marketing japonês, orientou empresários brasileiros sobre como exportar para o seu país. Durante quase duas horas, na última terça-feira (15), Nishikawa falou sobre o mercado, os produtos mais procurados e os nichos que podem ser conquistados pelo Brasil.

O especialista foi o principal convidado do seminário "Mercado Japonês: Perfil, Tendências e Desafios", promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), juntamente com a Embaixada do Japão e Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O evento foi realizado em Brasília e transmitido por videoconferência para 21 Federações das Indústrias, entre elas a do Paraná (Fiep), através dos Centros Internacionais de Negócios.

Segundo o consultor, o patrimônio médio das famílias japonesas é de US$ 400 mil. "Isso faz do Japão um mercado tentador", afirmou. Mas os empresários que pretendem entrar no país precisam considerar aspectos que vão muito além do grande potencial de consumo. Nishikawa lembrou que o consumidor japonês está interessado em produtos confiáveis, que não apresentem riscos à saúde, como orgânicos e alimentos cujos ingredientes ou elementos naturais preservem a saúde.

Além disso, ressaltou, há no Japão uma expressiva população idosa, um nicho de mercado importante para as empresas brasileiras que fabricam produtos para a terceira idade. Outra oportunidade que está se abrindo é para o etanol. O Japão pretende usar o etanol em mistura com outros combustíveis para preservar o meio ambiente. 

O consultor destacou ainda que as empresas brasileiras têm boas chances de conquistar uma fatia de consumidores abastados, sempre atrás de novidades. São os novos ricos, as mulheres solteiras, as celebridades e os homens que têm cuidados especiais com a aparência, os chamados metrosexuais. Esse público quer produtos de luxo, marcas famosas, mas, sobretudo, itens exclusivos.

Para Nishikawa, a oferta de produtos únicos pode ser um bom negócio para as empresas brasileiras. Isso porque os japoneses têm uma forte admiração pelo Brasil. "O Brasil precisa ter mais autoconfiança nos negócios com o Japão", destacou o consultor.

O Japão possui uma população de 127 milhões de habitantes, a décima maior do mundo, e sua renda per capita é de quase US$ 30 mil, quatro vezes superior a do Brasil. Além disso, o país, que vive um momento de retomada do crescimento econômico, é o sexto maior importador mundial e, no ano passado, foi o oitavo maior parceiro comercial do Brasil.

O seminário Mercado Japonês: Perfil, Tendências e Desafios reuniu, em Brasília, cerca de 200 pessoas. Através do sistema de videoconferência, as 21 Federações das Indústrias puderam levar o evento a empresários interessados. Em Curitiba, 40 pessoas assistiram à apresentação de Reugene Nishikawa no Cietep. O seminário apresentou ainda três "cases" de sucesso de empresas brasileiras que exportam para o Japão.

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