Rio ? As vendas de medicamentos genéricos cresceram 23,2% no ano passado, com a comercialização de 151,4 milhões de unidades, alcançando participação de 11,34% no mercado farmacêutico brasileiro. Em volume financeiro, a comparação com 2004 mostra que o aumento foi de 56,5%, com um total de US$ 692,5 milhões em vendas.

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A diretora executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Vera Valente, disse à Agência Brasil que a meta é repetir em 2006 o crescimento de 2005. Para ela, a expectativa pode ser mais promissora se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicar, em breve, uma regulamentação que abra ao mercado de genéricos a possibilidade de lançar contraceptivos orais e hormônios naturais. "O crescimento pode ser um pouco maior, porque isso vai dar impacto ao setor", afirmou.

A executiva disse que a área de contraceptivos e hormônios ainda está fechada para os de genéricos. Segundo ela, ao lançar a Lei de Genéricos, a Anvisa optou por ser mais conservadora e restringiu esses medicamentos pela complexidade dos testes envolvidos. "Agora, o mercado de genéricos está maduro, as indústrias já têm um enorme conhecimento técnico, inclusive com indústrias nossas exportando para a Europa. Então, é o momento de possibilitar a entrada (no mercado) para esses produtos".

Para Vera, a entrada dos genéricos nesse mercado é positiva para todo mundo. "É bom para a população porque o genérico é, em média, 45% mais barato que o respectivo medicamento de marca; é bom para o governo que compra contraceptivo e vai ter a opção do genérico testado, com qualidade e mais barato; e abre outra perspectiva de novas moléculas e, conseqüentemente, de ampliação do mercado de genéricos para as indústrias".

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Desde que foram introduzidos no país, há cerca de cinco anos, os genéricos apresentam algumas particularidades, como o preço, por exemplo. Ao ser lançado, o genérico tem que apresentar custo ao consumidor no mínimo 35% inferior ao do remédio de marca. Vera Valente explicou, entretanto, que a própria concorrência entre genéricos e do genérico com a marca tem feito os preços serem até 80% mais baixos. Outro fenômeno é a concorrência, que leva muitas marcas a reduzir seus preços. "O genérico acabou sendo um elemento de competição no mercado farmacêutico que beneficiou muito a população", avaliou.