Entusiasta da candidatura própria do PMDB a presidente, o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) admite voltar atrás na questão da verticalização e afirma, sem titubear, que a manutenção da regra das coligações enterrará a candidatura peemedebista.

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Ao menos por enquanto, o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), confirma para o dia 19 a realização das eleições prévias com o objetivo de escolher o candidato da legenda. Os dois pré-candidatos – o governador licenciado do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o ex-governador e ex-secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho – também comunicaram a intenção de participar da corrida presidencial em qualquer cenário. Nas conversas de bastidor, no entanto, a avaliação geral, partilhada por peemedebistas de várias correntes, é de que as prévias se tornaram um "estorvo". A saída, sugere Geddel, é convocar uma nova reunião da executiva nacional para rediscutir as prévias.

"Para um partido federativo como o PMDB, a verticalização torna o lançamento de um candidato próprio inviável, inexeqüível", diz. "Em vez de ficar brincando de prévias, o partido tem de repensar isto, diante da nova realidade. Não tem por que manter um candidato que, fatalmente, será abandonado pelos correligionários", argumenta Geddel. Como foi a executiva nacional que marcou as prévias, ele sugere que o colegiado se reúna, novamente, para rediscutir a questão.

A idéia é reunir maioria visando adiar a consulta interna para depois da palavra final do Supremo Tribunal sobre a verticalização. "Não podemos tratar este assunto como se não houvesse uma nova realidade", insiste, ao lembrar que a expectativa do partido, quando decidiu lançar candidato, era de que a votação da emenda que derruba a verticalização vigorasse imediatamente.

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"O quadro político mudou muito", concorda o líder no Senado, Ney Suassuna (PB), ao lembrar que o partido tem pelo menos 15 candidatos competitivos a governador, sustentados pelas mais diversas alianças. Se o Supremo mantiver a regra que proíbe coligação entre partidos adversários na corrida presidencial, várias destas candidaturas a governador, hoje consideradas favoritas, perderão apoio e tempo de televisão na publicidade eleitoral gratuita.

De fato, o limite às alianças prejudica o projeto de poder dos peemedebistas em vários Estados, a começar da Bahia de Geddel. Lá, PT, PMDB, PSDB, PDT, PC do B e PSB planejam formar uma frente contra o PFL do senador Antonio Carlos Magalhães (BA) na disputa pelo governo do Estado, o que será impossível com a verticalização.

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O PMDB do Rio Grande do Norte também não quer pôr abaixo a perspectiva de uma aliança com o PSDB e o PFL em torno do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) para derrotar a reeleição da governadora Vilma Faria (PSB). Da mesma forma, há dificuldades semelhantes em Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, entre outros.

"É o conjunto da situação política do partido nos Estados que vai definir a posição do PMDB", diz Suassuna. O raciocínio geral, especialmente entre os peemedebistas destes Estados em que a verticalização complica as alianças locais, é o de que não adiantará insistir em candidatura própria no cenário de verticalização porque ela não se sustentará. Será desmontada na convenção nacional de junho.