A Geap Fundação de Seguridade Social rebateu hoje (11) as críticas de que detém o virtual monopólio do mercado de planos de saúde para funcionários públicos. A diretora-executiva da Geap, Regina Parizi Carvalho, acusa os planos privados, que lutam na Justiça pelo direito de operar para o funcionalismo: "É lógico que as empresas privadas querem a fatia dos servidores na marra." Regina argumenta que 136 planos atuam no mercado do funcionalismo e que o desconto de 6% na folha de pagamento dos 300 mil servidores assistidos pela Geap só é feito a partir de uma decisão pessoal de cada um deles. A diretora salienta que a escolha da Geap como plano de saúde é definida em assembléias coletivas.
Sua escolha para a chefia da Geap, assegura Regina, não partiu do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu. "Fui indicada pelos representantes dos servidores dos Ministérios da Previdência, Trabalho e Saúde, que compõem o conselho deliberativo da Geap", afirma. "Não há nada excuso ou imoral." A Geap e sindicatos travam no Tribunal de Contas da União (TCU) um duelo com empresas privadas pelo mercado do funcionalismo. Há poucos dias, o tribunal permitiu que a Geap prorrogasse por 120 dias convênios com ministérios enquanto não fosse julgado o mérito da questão.
A fundação arrecada R$ 80 milhões por mês. Desse total, 88% são usados para cobrir despesas com os conveniados e 12% vão para gastos com administração. Quando a fundação não fecha no vermelho, o que teria ocorrido em alguns meses deste ano, o dinheiro que sobra é aplicado em fundos fixos.
Criada no governo Vargas como Grupo Executivo de Assistência Patronal, a Geap se transformou em 1993 numa fundação de seguridade. Em março deste ano, um decreto do presidente Lula determinou que a assistência dos servidores deveria ser prestada mediante convênios com "entidades fechadas de autogestão, sem fins lucrativos", o que favorecia a expansão da Geap. Diante das críticas, o governo voltou atrás, permitindo a entrada de planos privados no setor.
