Gastos corporativos

A franquia de utilização dos chamados cartões de crédito corporativos por um grupo seleto de servidores federais fez com que o governo gastasse nos primeiros oito meses do ano a bagatela de R$ 54,5 milhões. Em comparação com o valor total gasto em 2006, esse dispêndio parcial foi quase 40% maior.

Em saques realizados na boca do caixa, os portadores dos cartões corporativos distribuídos pela administração federal retiraram R$ 42,8 milhões, mesmo que a prática seja condenada pelo Executivo, pela dificuldade de comprovação dos gastos.

Para o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), um grupo de 491 funcionários comissionados, cujas nomeações geralmente obedecem a razões políticas, foi responsável pelo gasto de R$ 1,98 milhão este ano, dos quais R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo. ?Isso demonstra que a quantidade de pessoas que podem operar esses cartões é um poço sem fundo?, comparou.

O governo informou por meio da Controladoria Geral da União (CGU) que o inchaço de gastos do primeiro semestre ?foi sazonal?, puxado pela realização do Censo e de ações de inteligência durante os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro.

No caso dos recenseadores, a retirada de dinheiro foi necessária para cobrir despesas em áreas rurais desprovidas de redes afiliadas aos cartões eletrônicos. Quanto ao pan, o objetivo foi manter em sigilo a movimentação de agentes da Abin e outros órgãos de segurança. Ambas as elucidações causam frouxos de riso.

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