Gastança irresponsável

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), investiu-se da condição de portador da justa indignação da nacionalidade, ao demonstrar seu legítimo destampatório ao gasto de R$ 1 bilhão em diárias e passagens de servidores públicos da União, durante os dois anos e dez meses do governo Lula.

Sem dúvida, estamos diante de abuso sem precedentes na história recente da República, na qual se viaja a todas as longitudes e latitudes – França, Oropa e Bahia – como diria a irreverente sabedoria popular.

Razão de sobra tem o presidente da Câmara ao insurgir-se contra essa gastança irresponsável, sobretudo quando os resultados positivos do avultado número de viagens não se tornam palpáveis para quem é convocado a pagar a despesa.

É urgente que o governo dê a conhecer a relação discriminada das viagens realizadas pelos servidores federais, quanto custaram aos cofres públicos e as razões pelas quais foram feitas. Quem paga a conta, tem o direito elementar de saber o que se faz com o dinheiro carreado da bolsa popular na forma de impostos, tributos e contribuições.

Distorção, exagero, desequilíbrio e abuso foram termos usados pelo presidente da Câmara para expressar a estupefação coletiva ante a prodigalidade com que o erário recompensa a vocação turística dos funcionários da União. Em grande medida mediante périplos pelo exterior, à base de dispendiosas quantias em dólares ou euros.

A sociedade, e em especial os que ainda não lograram fazer as três refeições diárias sonhadas pelo presidente, merecem mais respeito.

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