Gasoduto Venezuela-Brasil-Argentina é viável e integrará o continente

O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, afirmou na noite desta terça-feira que o gasoduto ligando Brasil, Argentina e Venezuela é viável financeiramente e poderá levar à integração energética do continente sul-americano. Para ele, o gás venezuelano é sim suficiente para atender à demanda do mercado.

"O projeto é uma grande idéia, mas é preciso lembrar que esse é um projeto do governo federal e não da Petrobras". Sauer rebateu as críticas de setores da economia ao projeto. Para ele, quem critica não conhece do assunto ou não levou em conta os fatos que envolvem a obra.

Segundo Sauer, quem afirma que o gasoduto é inviável "não fez as contas ou não conhece a indústria de gás e suas nuanças". Ele destacou que saem da Sibéria gasodutos de mais de oito mil quilômetros de distância para atingir a Europa levando um volume de gás semelhante, com condições mais difíceis do que aqui.

O diretor da Petrobras citou um a um outros gasodutos de grande porte construídos no mundo, inclusive o que leva gás da Sibéria, na Rússia, para países da Europa e o que será construído ligando o Alaska, a noroeste do Canadá, aos Estados Unidos.

Na avaliação do executivo da Petrobras, o projeto é interessante inclusive para a Venezuela que garantirá mercados para o seu produto, ainda que tenha que garantir preços mais baixos para os outros países. "Ainda estão sendo desenvolvidos estudos que contam com a participação da Petrobras, da própria Petroleo de Venezuela S.A. (PDVSA), a estatal venezuelana do petróleo e do gás, e até o Ministério de Minas e Energia". Segundo Sauer, os estudos apontam para a viabilidade da obra, que no entanto é um projeto de longo prazo. "O gás só chegaria à Argentina em 2012".

Sauer criticou também os que destacam o risco político da iniciativa, que colocaria outros países na dependência do gás da Venezuela. "Em outros momentos da história, quem apostou contra a integração energética errou. Foi o caso dos Estados Unidos (em relação ao) gasoduto que levou o gás da Rússia para a Alemanha e a França", lembrou.

Segundo Sauer, a história hoje mostra quem estava com a razão. "A cooperação e a integração produzem mercados com boa escala. Cria-se uma interdependência em que um país depende de receitas e o outro depende da energia. Ninguém fica na mão de ninguém", garantiu o executivo.

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, estimou que a obra custaria entre US$ 15 bilhões e 23 bilhões, e poderá ser estendida para outros países do continente sul-americano, como o Uruguai Paraguai. Ele fez as declarações no dia 17 do mês passado, quando participou com representantes da Argentina e da Venezuela da 3ª Reunião do Comitê Multilateral de Trabalho sobre a Interconexão Gasífera na América do Sul.

Na oportunidade ele afirmou que o estudo de engenharia é que definirá qual o melhor traçado para o projeto, a otimização que se pode ter da malha de gasodutos já existentes, mas destacou que a idéia é oferecer o projeto também a outros países da região. Nas estimativas do ministério, "o projeto preliminar sinaliza que a capacidade do gasoduto seria de 150 milhões a 200 milhões de metros cúbicos por dia".

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