Gás para distribuidoras está 6,5% mais caro

São Paulo – O gás natural vendido pela Petrobras às distribuidoras está mais caro desde o início deste mês. A estatal ainda não divulgou o porcentual exato, mas o diretor de Gás e Energia da companhia, Ildo Sauer, diz que a estimativa do mercado, de aumento em torno de 6,5%, está correta. "Existe uma pequena diferença para cada Estado, mas o porcentual é mais ou menos esse", afirmou. Ele lembrou que as distribuidoras têm acesso às informações que compõem o preço.

Segundo o contrato firmado com a Bolívia e com as distribuidoras, o preço do gás natural é reajustado trimestralmente com base na variação nos últimos seis meses de uma cesta de óleos. A maioria das distribuidoras acompanha essa oscilação por meio da tabela internacional Platt?s.

Sauer confirma que o aumento do produto ficará próximo de 10% e que não haverá reajuste sobre o preço do transporte, resultando nos 6,5%. Hoje o gás natural chega às distribuidoras por US$ 4,93 por milhão de BTU (sigla em inglês para Unidade Térmica Britânica), incluindo US$ 1,70 relativo ao transporte. Com o reajuste, o gás passaria a custar US$ 5,25 por milhão de BTU, incluindo o transporte, para as distribuidoras. Para o consumidor final de São Paulo, o aumento de preço só chegará em maio, quando a agência reguladora do setor no Estado, a Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), fixará a tarifa para a Comgás e a Gas Natural São Paulo Sul.

A estimativa do comissário-chefe da CSPE, Zevi Kann, é de que o repasse ao consumidor será pequeno, uma vez que as duas empresas já tiveram antecipações em janeiro, reajuste que variou de 7% para a classe residencial até 17,9% para a indústria – foram repassados os três aumentos dados pela Petrobras desde setembro. Em maio, a CSPE só terá de repassar o reajuste de 6,5% da Petrobras e a variação do IGP-M, que deverá ficar pouco acima de 1%. Dependendo do comportamento do câmbio neste mês, o reajuste ao consumidor paulista pode ficar próximo de zero.

Estratégia – A política de preços adotada em setembro pela Petrobras contraria a estratégia anterior de subsidiar o combustível. Desde 2003, a estatal mantinha os preços congelados para estimular o consumo de gás natural, na época inferior a 10 milhões de metros cúbicos diários. Pelo contrato, do tipo "take or pay" (pegue ou pague), a Petrobras tinha de pagar por 24 milhões de metros cúbicos por dia. "Na ocasião, o mercado precisava de estímulo. Hoje, com crescimento de quase 15% ao ano fica claro de que não há mais essa necessidade", afirma o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Os aumentos de preços, com o tempo, podem até diminuir o ritmo de expansão da demanda e os riscos de escassez do produto. No Plano Decenal da empresa, a projeção para crescimento do mercado de gás até 2015 é de 11% ao ano.

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