O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, admitiu a possibilidade de “acionar os mecanismos de subsídios” ao gás de cozinha (GLP) para atenuar o impacto de possível elevação dos preços para a população de baixa renda, em razão de uma guerra no Iraque. Ele descartou, no entanto, uma mudança na política de reajuste dos combustíveis.
“Não muda a política de preços, muda o sistema de apoio”, afirmou o ministro. “Se o dólar aumentar, ele não pode aumentar na cozinha da dona de casa, principalmente daquelas mais pobres.”
O País, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, não deverá enfrentar problemas de abastecimento de petróleo. “A Petrobras tem condições de abastecer o País e garantir preços compatíveis com a economia popular”, disse. De acordo com ele, “o petróleo não vai explodir” porque a Venezuela está voltando à normalidade e a Opep deve tomar uma série de medidas para garantir o abastecimento.
O futuro líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse ainda que os eventuais efeitos da guerra devem ser exclusivamente econômicos e se refletirão, principalmente, nos preços do petróleo.
Mercadante disse que, se for preciso, para evitar maior pressão sobre o preço do petróleo, o Brasil utilizará o mecanismo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Ou seja, havendo pressão sobre o preço do petróleo, a Cide poderá ser diminuída para evitar aumento de preço dos derivados de petróleo e, dessa forma, evitar impacto maior sobre a inflação.