O governo Lula vai completar seu primeiro mandato sem nenhum reajuste no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. O congelamento de preços é inédito desde o fim do monopólio estatal, em 1997, e indica que a Petrobras encampou uma política defendida pelo próprio presidente da República no início do mandato.
Ontem, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), Sérgio Bandeira de Melo, anunciou que o consumo de gás de cozinha deve fechar 2006 com um aumento de 1,4%, estimulado por uma melhora da renda da população.
"É um reflexo direto: assim que melhora sua renda, a população busca maior conforto e isso significa migrar para o GLP", disse, lembrando que o produto é utilizado em 95% das residências no País.
Entre especialistas do setor, há críticas ao subsídio, uma vez que as cotações do petróleo praticamente triplicaram no período. O argumento da Petrobras é que este mercado é extremamente sensível a variações de preço. O último reajuste no preço do GLP foi concedido ainda pela gestão Francisco Gros na estatal, no dia 29 de dezembro de 2002.
Na ocasião, o preço do gás nas refinarias subiu 7,7%, coroando um ano conturbado, de alta no preço do petróleo e crise cambial, no qual o produto vendido para uso em botijões de 13 quilos teve reajuste acumulado de 207%. Foi o primeiro ano de liberdade de preços e a política usada pela Petrobras, de acompanhar de perto o mercado internacional, provocou críticas do então do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.