Garoto de 13 anos é morto durante simulação policial

O estudante Luis Henrique Dias Bulhões, de 13 anos, morreu neste sábado, 26, com um tiro na cabeça, disparado por um policial do 5º Batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso. O disparo foi feito durante apresentação da PM no Mutirão da Cidadania, no bairro Jardim das Flores, periferia de Rondonópolis (MT), a 210 quilômetros de Cuiabá.

A ação social contava com a presença do prefeito, Adilton Sachetti (PR). Ao menos nove pessoas foram feridas pelos disparos que deveriam ser feitos com balas de borracha. No local onde tinha cerca de 500 pessoas, entre outras atrações, deveria ocorrer uma simulação feita pelos policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), envolvendo um hipotético seqüestro em ônibus com reféns. Sete soldados e um oficial que participaram da ação vão responder inquérito aberto para apurar as circunstâncias do acidente.

Testemunhas e a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Publica relataram que um grupo de PM estava numa árvore para negociar a libertação simulada de um refém que estava no ônibus. O outro grupo de PMs, que seriam os "bandidos" revidaram atirando contra os soldados. Foi uma dessas armas, com bala verdadeira, que matou o menor na simulação. Todas as armas foram recolhidas para perícia. A morte do menor causou revolta na população da cidade. Antes da chegada da Polícia Civil para registrar a ocorrência, a cena do crime foi descaracterizada. O ônibus, as pessoas e armas não estavam mais no local.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que algum dos policiais militares colocou, por engano, munição real em sua arma no lugar da munição de festim. O comandante-geral da PM, coronel Benedito Campos Filho, deslocou-se para Rondonópolis e só deveria se manifestar sobre a tragédia no começo da noite. A nota diz ainda que as armas utilizadas foram recolhidas para serem periciadas. E que um delegado da Policia Civil já está investigando o caso.

O prefeito de Rondonópolis e o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que está na cidade, ainda não se manifestaram sobre o caso.

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