O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) defendeu, nesta terça-feira, em Curitiba, a adoção de algumas das propostas da reforma política já para as eleições do próximo ano.
Para ele, o controle em tempo real das contas dos partidos, conforme sugestão do deputado federal Chico Alencar (PT-RJ), já deveria funcionar em 2006. Além disso, ele propõe a validade imediata da fidelidade partidária e do controle dos programas eleitorais, evitando truques de imagens.
Segundo Garotinho, a reforma política já deveria ter sido feita. "Mas o PT não quis", criticou. "O governo aprovou a reforma da Previdência, aumentou impostos e aprovou tudo o que quis. Se a primeira lei votada fosse a reforma política não teria mensalão."
Agora, o ex-governador disse preferir as mudanças por partes. Entre as propostas que acredita não serem viáveis nas próximas eleições está a adoção de listas partidárias. "Quem tem o controle dos partidos são esses caciques que promoveram o mensalão", acentuou. "Se fizer lista eles vão se colocar no topo para se manter lá."
Ao contrário de Garotinho, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), considera a reforma "uma tapeação". "O que precisamos é de uma reforma econômica", defendeu. "A reforma eleitoral não vai nos levar a nada."
Segundo ele, geralmente no pacote da reforma vem uma proposta de despolitizar o Brasil "e entregar o comando para o Banco Central para interesses econômicos, desideologizando o Congresso Nacional". "Tudo que vi até agora de proposta de reforma política é pior do que o que existe neste momento", atacou.