O camarote do governo do Rio foi, novamente cenário de articulação política para o pré-candidato a presidente Anthony Garotinho (PMDB), no segundo dia do desfile das escolas de samba do Grupo Especial. Garotinho avisou que se unirá ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB) pré-candidato a presidente, e pedirá ao presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), providências para impedir "um golpe" nas prévias da legenda, marcadas para dia 19.
Temer deverá visitar o camarote no sábado (04), quando acontece o desfile das campeãs do carnaval carioca. Hoje, no camarote, Garotinho afirmou que o senador José Sarney (PMDB-AP) e o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da ala governista, que defendem um possível adiamento das prévias da sigla, não têm maioria na agremiação. "São caciques para poucos índios", afirmou Garotinho. Inicialmente, ele evitou citar Sarney e Calheiros, afirmando que não "nominaria" os adversários. Mas depois, indagado sobre os eles, não hesitou em questionar a postura dos dois, chamando-os de caciques.
Garotinho, que conversou na manhã de hoje com Rigotto, no Palácio das Laranjeiras, na capital fluminense, disse que eles solicitarão ao presidente nacional do PMDB que use advogados do partido para evitar "tentativa de golpes", como considera o adiamento ou esvaziamento da prévia. "Estamos juntos em qualquer situação; eu e ele (Rigotto), vamos manter contato para evitar problemas", disse.
O ex-governador disse também que, definida a candidatura da legenda a presidente, representantes da sigla devem sair da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se o PMDB tiver um candidato, não fica bem ficar no governo, seria uma bigamia. Não fica bem para o Lula nem para o partido", disse
No domingo (26), primeiro dia do desfile no Sambódromo, Garotinho e a governadora Rosinha Garotinho (PMDB), pré-candidata à reeleição, receberam a visita do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também pré-candidato a presidente, com quem conversaram por alguns minutos, a portas fechadas. O governador do Rio Grande do Sul, que foi esperado por toda a noite de domingo no camarote, apareceu no meio da madrugada, após deixar o espaço da Brahma, mas Garotinho tinha deixado o local.