Ganhar a Copa provoca crescimento na economia, informa estudo

A Copa produz impactos na economia muito mais do que se pode imaginar e não é só no país anfitrião. Os técnicos do departamento de economia do banco ABN Amro fizeram um levantamento do quanto um país pode lucrar com o Mundial de futebol. A equipe deixou de lado a análise tradicional de medir o impacto do evento na Alemanha, que deve lucrar cerca de US$ 6 bilhões com sua organização, para se perguntar sobre o que acontece na economia do campeão.

Faltando pouco mais de dois meses para o início da Copa na Alemanha, os economistas se basearam no que ocorreu em edições anteriores do Mundial e concluíram que "os efeitos em nível macroeconômico ou financeiro não são significativos para transformar uma recessão em um boom, mas não devem ser subestimados."

Segundo uma das conclusões do levantamento, "o campeão do mundo tem como prêmio agregado na economia, um bônus de 0,7% de crescimento adicional, em média, e o vice-campeão ganha 0,3% de margem adicional comparado com o ano anterior."

No entanto, os economistas perceberam que essa regra também já teve duas grandes exceções. Uma foi no Mundial de 1974 na Alemanha, e a outra aconteceu em 1978, na Argentina, ocasiões em que ambos anfitriões foram campeões mas sofreram recessões logo depois da Copa.

Nas últimas três edições da Copa, o país campeão teve uma melhor performance que o finalista perdedor, com uma média de retorno positivo em torno de 10% para quem saiu com o título. "Há um impacto nos consumidores com o denominado sentir-se bem do país vencedor. Consumidores alegres estão mais inclinados a gastar mais", diz o estudo, completando que a seleção campeã joga mais partidas, havendo mais atividade nos bares e restaurantes do que nos demais países, além de um mercado adicional de souvenirs, DVD, camisetas, etc.

Os analistas também se perguntaram qual país provocaria um impacto melhor na economia mundial. Com base no atual déficit de conta corrente dos Estados Unidos, qualificados pelos autores como "insustentável", e com a hipótese de risco de que se o corrija repentinamente com disparadas das taxas em pouco tempo, os analistas concluíram que o campeão deveria ser "europeu, relevante e que esteja trabalhando além de seu potencial".

Os brasileiros não vão gostar nem um pouco do país sugerido pelo estudo: Itália. Isso, porque "reúne todas essas condições e ajudaria a criar a demanda de bens norte-americanos"

Se for o Brasil, por exemplo, ou outro país latino, "pouco servirá para corrigir o desbalanceamento mundial", devido ao pequeno impacto que os países da região provocam no PIB mundial.

Importante ou não para o PIB mundial, o fato é que o Brasil continua sendo o líder das apostas para vencer a Copa, com 23% das preferências, seguindo pela Inglaterra (12%), Alemanha (10%), Argentina (9%) e Holanda (6%), segundo o site www.betfair.com, como cita o relatório do ABN Amro.

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