O menino Gabriel Barbosa Machado, de 1 ano, que deixou de fazer um transplante de fígado no último dia 7, por causa da crise aérea, conseguiu um novo doador e passou por uma cirurgia para o transplante. Eram 23h45 desta quinta-feira, 21, quando o menino estava sendo operado no Hospital do Câncer, em São Paulo. A previsão era que a operação durasse oito horas.
O menino sofre de um processo inflamatório destrutivo que afeta as vias biliares. A doença compromete o seu desenvolvimento. Gabriel tem apenas 70 centímetros e sete quilos, metade das medidas consideradas normais para um menino da sua idade.
No dia 7, o vôo que trazia o órgão compatível de São José do Rio Preto (SP), atrasou cinco horas e a cirurgia não pôde ser realizada. Gabriel voltou para a fila de espera, que até terça-feira tinha 3.915 pessoas aguardando um fígado.
A ordem na fila é estipulada de acordo com a gravidade do paciente e, por este motivo, ele não recebeu o órgão de Milena Cristina da Silva Santos, de 3 anos, que morreu após passar por uma consulta dentária em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O fígado de Milena foi transplantado nesta quinta-feira, em uma cirurgia ocorrida na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em um menino de 1 ano que sofre de hepatite do tipo A.
Caso Milena – Milena havia entrado em coma cerebral, na última terça-feira, após sofrer convulsões e parada cardiorrespiratória supostamente causadas por doses de um anestésico para extração de dente na Clínica Sorridents. A Polícia de São Paulo abriu inquérito para apurar se houve negligência no atendimento à menina. O anestésico Lidostesim 3% teve a venda proibida no mês passado pela Agência de Vigilância Sanitária. Um laudo do Instituto Médico Legal vai apontar se a morte da menina foi causada pelo anestésico.
O velório de Milena ocorre no Cemitério da Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo.
