Autoridades financeiras dos países mais ricos do mundo se reuniram no sábado com seus colegas das economias em crescimento acelerado numa reunião em que provavelmente não se fariam críticas a algum determinado país por manobras cambiais
O grupo também deverá adotar uma linha intermediária sobre as preocupações com o crescente poder mundial dos fundos de hedge, pedindo uma maior vigilância sobre suas atividades, mas também procurará definir um entendimento com seus operadores num esforço para assegurar a harmonia.
Antes do encontro, as conversações se centraram nas preocupações européias com a queda do iene, que torna os produtos japoneses mais baratos que os fabricados na União Européia (UE). O rígido controle da China sobre a sua moeda e os enormes superávits comerciais desse país também suscitaram preocupações no Ocidente.
Mas o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, disse que não havia evidências de que o iene fraco estivesse prejudicando a economia alemã. "Tivemos uma balança comercial muito, muito vantajosa nos últimos anos", disse ele. O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, disse no sábado que as autoridades japonesas pararam de intervir a favor do iene nos mercados nos últimos anos e que "isso foi uma política muito boa.
"O Japão está saindo de circunstâncias deflacionárias prolongadas e difíceis, disse Rato na reunião do G-7. "A melhor coisa que o Japão pode fazer para a economia global é continuar crescendo", acrescentou.
Os ministros das Finanças e dirigentes de bancos centrais do G-7 também abordaram questões de mercado com o ministro das Finanças chinês Jin Renqing e o governador do banco central da China, Xhou Xiaochuan.
Quando o G-7 foi constituído por Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, a China era um Estado comunista fechado e isolado. Nas três décadas de lá para cá, porém, o crescimento da China explodiu com a adoção pelo país de elementos do capitalismo. A China acumulou mais de US$ 1 trilhão de reservas em divisas estrangeiras com a compra de dólares para controlar o valor do yuan – uma prática que ministros das Finanças do G-7 criticaram no passado.
Antes das conversações, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse que os EUA e a China concordavam em geral nos passos que os chineses precisavam dar para reformar seu sistema financeiro, incluindo a flexibilidade cambial. Sua divergência é apenas quanto ao ritmo.
O ministro das Finanças francês Thierry Breton disse na sexta-feira que o comunicado do G-7 incluiria provavelmente questões cambiais, mas não quis especificar nenhuma moeda. Uma alta autoridade européia do G-7 disse que a declaração final provavelmente reafirmaria a linguagem usada depois do último encontro de que uma maior flexibilidade nas taxas de câmbio era desejável em economias emergentes com grandes superávits, mencionando especificamente a China.