O ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo Nagashi Furukawa reafirmou ao relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que o governo do estado não fez nenhum acordo para encerrar a onda de ataques e rebeliões promovida pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Não houve acordo nenhum", declarou.
Furukawa confirmou a visita da advogada criminalista Iracema Vasciaveo, da organização não-governamental Nova Ordem, ao líder do PCC Marcos Camacho, o Marcola, no presídio de Presidente Bernardes, durante a crise. No entanto, o secretário insistiu que ela havia procurado a polícia se oferecendo para colaborar com a interrupção das rebeliões e ataques, sem qualquer imposição de concessão do governo.
"Ela só foi levada depois de todas as autoridades discutirem e concordarem com que ajudasse a resolver a situação", lembrou. Durante a visita, a advogada emprestou seu telefone para que um preso ligasse para um número não revelado, dizendo que Marcola estava bem e não fora torturado.
Visitas de advogados
Nagashi Furukawa observou que a administração dos presídios não tem como restringir o acesso livre de advogados aos presos. "A legislação permite esse acesso mesmo sem procuração", comentou.
O ex-secretário ponderou que, no sistema prisional de São Paulo, uma resolução de 2001 determina que presos em regime disciplinar diferenciado (RDD) devem agendar a visita com os advogados.
"Isso é o que diz a lei e não é dado direito para a administração questionar se o advogado tem procuração e se a pessoa é ou não seu cliente", lamentou.