Furlan quer atuação mais forte do Brasil no comércio internacional

O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, tem 56 anos e é presidente do Conselho de Administração da Sadia S. A., a maior empresa de carne processada do país, composta de 12 fábricas . É formado em administração de empresas e engenharia química. Entrou na Sadia em 1976 e , em 1983 foi promovido a vice-presidente executivo e diretor de Relações com o Investidor, além de gerente do Conselho de Administração da empresa. Desde 1993, ocupa o atual cargo.

É membro do Conselho de Administração da Pan American Bebidas (Panamco) e da Telefónica. É membro do comitê consultivo da Brasmotor, do Banco ABN Amro do Brasil. Foi segundo vice-presidente e diretor do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp/Ciesp) e vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior e do Fórum de Lideranças Empresariais.

É ligado ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva. Amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso, Furlan apoiou o ex-ministro José Serra (PSDB) na campanha para presidente da República.

É um defensor da indústria nacional exportadora e do Mercosul. Costumar ser consultado tanto por gente do mercado quanto por autoridades quanto se trata de estratégia para vendas ao exterior. Nesse campo, surpreendeu todos os analistas ao fechar parceria com a empresa Perdigão, a maior concorrente da Sadia. Ele criou a BRF, uma joint-venture, para distribuir os produtos das duas companhias.

Em 1991, recebeu da revista Dinheiro/Isto É o título de Empreendedor do Ano na Indústria. Na ocasião, voltou a defender uma de suas maiores bandeiras: a de que a exportação é o melhor caminho para tornar o Brasil competitivo e com chances de ingressar no Primeiro Mundo.

Por isso mesmo, é um dos poucos brasileiros a acompanhar as grandes negociações internacionais. Ele elogia a mudança de comportamento do Brasil: no passado, enquanto os outros países enviaram ministros para as reuniões do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt) – entidade precursora da atual Organização Mundial do Comércio (OMC) – o Brasil mandava funcionários de segundo e terceiro escalão do governo, lembra.

Agora ele diz que isso mudou, e cita encontro da OMC na cidade de Doha, no Katar, quando o governo enviou quatro ministros, cuja atuação mereceu elogios até da imprensa internacional.

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