O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, deu nesta sexta-feira (08) indicações de que poderá permanecer no cargo no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Indagado em entrevista coletiva à imprensa sobre como estava "o espírito" dele sobre permanecer no governo, Furlan respondeu: "Meu espírito é de quem faz um balanço dos últimos quatro anos de trabalho e de quem participa da formulação com o presidente Lula da política para os próximos quatro anos".
Com um sorriso, o ministro insistiu, entretanto, que o tema ainda não estava em discussão com o presidente, e que mereceria atenção dele e de Lula "mais para frente".
Sobre sua perspectiva para o segundo mandato de Lula, Furlan se mostrou otimista. "O segundo período do presidente Lula será de crescimento e desenvolvimento, além da maior ênfase no lado da educação e da inclusão social", opinou.
SGP
Furlan disse estar otimista com a votação, prevista para hoje, no Congresso dos Estados Unidos, do Sistema Geral de Preferências (SGP) para aquele país. "Olho de forma otimista a decisão a ser tomada", afirmou o ministro, com a esperança de que o Brasil possa continuar a desfrutar do regime especial daqui a dois anos, quando o atual sistema termina.
Furlan justificou o otimismo, alegando ele próprio ter mantido gestões com autoridades em Washington, caso de congressistas e secretários de Tesouro e de Energia. "Quis fazer eles verem que estamos trabalhando para alavancar a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, com adoção de padronizações tecnológicas e legislativas. E seria muito má recebida no Brasil uma medida política e unilateral, como a eliminação do País deste sistema", pontuou.
Além disso, Furlan disse ter argumentado às autoridades norte-americanas que a exclusão do Brasil do sistema resultaria em aumento de preços para as importações dos Estados Unidos, prejudicaria o comércio intracompanhias, já que subsidiárias brasileiras exportam para matrizes norte-americanas e, por fim, favoreceria ainda mais o fornecimento de produtos asiáticos ao mercado dos Estados Unidos. "Seria muito ruim deixar de importar da região onde estamos para optar por um produto asiático, pagar mais ou prejudicar a relação entre as empresas. Acredito que as autoridades norte-americanas vão entender", insistiu.
O ministro também reiterou que o novo perfil político do Congresso norte-americano, com a vitória dos democratas, deverá atenuar as posições do Legislativo daquele país em relação aos produtos brasileiros, sobretudo na agricultura, uma vez que o lobby dos produtores agrícolas daquele país tende a se enfraquecer um pouco mais com a menor presença republicana no Congresso.
Furlan participou hoje do encontro da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), no Hotel Meliá WTC, em São Paulo.