O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, garantiu que a meta para as exportações este ano, de US$ 132 bilhões, será atingida, embora muitos analistas de mercado não acreditem. Ele também minimizou os fracos resultados da balança em maio.
Para o ministro, o resultado do mês está afetado pela greve dos auditores fiscais da Receita Federal e da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Não é fácil entender isso porque teve greve há vários fatores influenciando o resultado diário", destacou Furlan, que está na Costa Rica liderando uma missão empresarial a países da América Central.
O ministro disse que o superávit comercial em maio deve ficar em torno de US$ 3,2 bilhões, resultado de exportações perto de US$ 10,5 bilhões e importações de US$ 7,2 bilhões.
"Se as coisas andarem na normalidade, vamos ter um saldo levemente menor que o do ano passado (US$ 3,449 bilhões), mas que não vai comprometer o acumulado do ano", disse o ministro.
O saldo acumulado em 2006 está, pela primeira vez, abaixo do verificado no mesmo período de 2005. De janeiro até a quarta semana de maio, o superávit estava em US$ 15,21 bilhões, ante US$ 15,42 bilhões no ano passado. Furlan garantiu que o saldo voltará a superar o do mesmo período de 2005 com o fechamento do mês.
Ele lembrou, no entanto, que já era previsto para 2006 um crescimento mais acentuado das importações, impactando no superávit comercial. Embora ainda não tenha uma projeção oficial que será feita no final de junho, Furlan disse que o governo espera um saldo comercial em torno de US$ 40 bilhões em 2006.
"A gente espera uma desaceleração do superávit", disse. No ano passado, o saldo comercial foi de US$ 44,7 bilhões.
A projeção para as exportações também está mantida, embora Furlan admita que alguns setores estão perdendo velocidade nas vendas. "Quando todos duvidam, até hoje sempre serviu de estímulo para a nossa equipe. Desde 2003, nunca houve um comentarista que não duvidasse", disse.
Furlan argumentou que será necessário fazer US$ 1 bilhão a mais do que no ano passado, a cada mês, para que sejam atingidos os US$ 132 bilhões. Segundo ele, no acumulado dos últimos 12 meses, as vendas externas somam US$ 125 bilhões. "Está havendo uma simetria muito grande nas médias diárias", disse o ministro para justificar sua posição. A média diária das exportações no ano está em US$ 481,7 milhões.