Furlan ‘está cacifado’ para ser candidato, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou hoje a competência com que Luiz Fernando Furlan conduziu o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na cerimônia de posse do novo titular, Miguel Jorge. "Não sei se teve na história deste país alguém com tanta dedicação no Ministério do Desenvolvimento como o Furlan", disse. "Se você quiser ser candidato a alguma coisa, já pode, porque está cacifado." O presidente destacou o resultado da balança comercial, lembrando que, quando assumiu, as exportações totalizavam US$ 60 bilhões e hoje chegam a US$ 140 bilhões. O superávit comercial, destacou, era de US$ 13 bilhões e fechou 2006 em US$ 46 bilhões.

Lula também destacou as reservas internacionais do Brasil, que saltaram de US$ 16 bilhões, no início do governo, para cerca de US$ 110 bilhões. "Não sei, além da China e da Índia, se há algum país com mais de US$ 100 bilhões em reservas. Eu ficava sonhando com o dia que o Brasil tivesse US$ 90 bilhões. Eu achava que a gente ia ter muita credibilidade e o Risco País ia cair. E hoje passamos dos US$ 100 bilhões e não há nada que dê tanta segurança ao País", disse o presidente. Lula afirmou que o Banco Central vai continuar "comprando e comprando (dólar), porque dinheiro não faz mal a ninguém". "E um País emergente como o Brasil precisa ter credibilidade", acrescentou.

O presidente lembrou que não conhecia Furlan, apresentado a ele pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que lhe garantiu que Furlan teria o biotipo de caixeiro-viajante que Lula procurava. O presidente contou ainda que ficou numa "saia-justa" quando apresentou o então presidente do BNDES, Carlos Lessa, ao ministro Furlan. "Na hora que apresentei Lessa a Furlan descobri que eles tinham posições tão antagônicas que eu não sabia estabelecer essa convivência. Então disse para o Mercadante para me ajudar, porque as crias eram dele", afirmou. Lula, no entanto disse que Furlan demonstrou capacidade política. "Eu não acredito que ninguém não seja político", disse o presidente, que foi bastante aplaudido.

Ele contou ainda que Furlan gostaria de ter deixado o governo antes do final do primeiro mandato, mas com a saída do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, aceitou esperar mais um pouco. Lula destacou que Furlan passa o ministério para o seu sucessor em uma situação muito diferente da que quando assumiu.

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