O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou hoje não acreditar que haverá mudanças no nível da taxa de câmbio. Segundo ele, em 2005 e 2006 a percepção de seu ministério era a de que o câmbio prejudicaria as exportações
"Mas decantada a poeira, minha opinião é que os setores se adaptaram e eu acho que não haverá mudança no patamar do câmbio no período vindouro", disse o ministro, que participa de seminário na Câmara dos Deputados para discutir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
De acordo com Furlan, a idéia de que o câmbio está desestimulando as exportações é uma meia verdade. Segundo ele, o Brasil também precisa reduzir os custos de infra-estrutura, que, na sua avaliação, são muitos mais elevados do que os dos concorrentes. Furlan contou que o presidente Lula pediu que os setores que estão perdendo competitividade por causa do câmbio recebessem medidas de apoio.
O ministro afirmou que a Camex deve realizar uma reunião extraordinária para aprovar a mudança na Tarifa Externa Comum (TEC) para 35% aos produtos têxteis, calçados e móveis. A proposta deve ser enviada ao Grupo do Mercado Comum do Mercosul (GMC) em até 90 dias. Além disso, o ministro disse que o BNDES tem linhas de crédito para incentivar esses setores. "Eu acho que essa mudança no câmbio veio para ficar e o câmbio flutuante é o melhor para o Brasil", afirmou.
Ele disse que o comércio exterior brasileiro continua crescendo de forma vigorosa, desmentindo previsões catastróficas. De acordo com Furlan, as exportações em 2007 até ontem cresciam 17% em relação a igual período de 2006 e as importações estão crescendo em uma taxa entre 25% e 27%.