Rio ? A assembléia dos credores da Varig, que estava marcada para hoje (2), foi adiada por falta de quórum. Os representantes do fundo de pensão dos funcionários (Aerus), principal credor da companhia aérea, não compareceram para mais uma tentativa de encontrar uma solução para o fim da crise da empresa.
Uma nova assembléia já está marcada para o próximo dia 8. Hoje, os credores iriam avaliar as três propostas de compra da Varig. Para o presidente da empresa, Marcelo Bottini, o adiamento da assembléia não compromete a operacionalidade da companhia e até permite uma melhor análise das propostas apresentadas.
"Eu acredito que mais seis dias ajudam muito nas negociações. Aprimorar, discutir sempre é bom e não compromete a Varig, então de nossa parte vamos aproveitar esses dias que temos para decidir qual é a melhor opção para a companhia e deixar que os credores exerçam seu direito de voto na próxima assembléia", acrescentou Botini.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil, Celso Klafke, também afirmou que o adiamento da assembléia não vai prejudicar as negociações. Ele lembrou que até a semana passada os credores tinham apenas uma opção para tentar salvar a Varig e que agora existem outras duas alternativas.
"Se por um lado a gente tem toda uma expectativa de decisão rápida em relação ao problema Varig, por outro lado não serão seis dias do processo que vai fazer com que a Varig pare ou volte a voar", explicou Klafke.
Além da proposta de compra da companhia pela Varig Logística (VarigLog), os credores vão analisar a proposta do grupo Jaime Toscano em associação com investidores estrangeiros e ainda a da consultoria Alvarez & Marsal, que divide a Varig em duas empresas e tem o apoio do governo. De acordo com o representante dos aeronautas, esta última proposta ainda precisa ser melhor definida.
"Tivemos uma única reunião com a consultoria na sexta-feira e muitas de nossas dúvidas não foram respondidas. Nós temos que compará-la com as outras e ver qual é a melhor proposta para os trabalhadores e para a Varig". Com cerca de 11 mil funcionários, a Varig acumula nos últimos quatro anos dívidas em torno de R$ 7,5 bilhões.
