A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou comunicado hoje informando que está
"estudando aprimoramentos no cálculo do INCC (Índice Nacional de Custo da
Construção) os quais, tão logo definidos, serão amplamente divulgados". O INCC
representa 10% do cálculo da formação do Índice Geral de Preços do Mercado
(IGP-M). A FGV lembrou, no comunicado, que atualmente no cálculo do INCC, as
variações de preços no setor de mão-de-obra são contabilizadas apenas quando
ocorre a homologação do acordo assinado entre sindicatos patronais e de
empregados ou da decisão judicial. "Este procedimento pode implicar em
defasagens no cômputo do reajuste", admitiu a FGV.
Recentemente, nas
divulgações da segunda prévia do IGP-M de maio, e do IGP-M fechado de maio,
analistas observaram que as taxas baixas desses resultados (respectivamente,
queda de 0,09% e recuo de 0,22%) só foram possíveis devido à não inclusão do
recente dissídio de mão-de-obra em São Paulo. Essa não inclusão só foi possível
porque o dissídio não foi homologado na delegacia regional do trabalho daquela
localidade, até o término do período de coleta de preços dos respectivos
índices.
Como esse dissídio é o de maior peso entre os que fazem parte
do cálculo do segmento de mão-de-obra, dentro do INCC, isso teria contribuído
para reduzir a taxa do indicador da construção civil – o que teria beneficiado a
formação dos resultados do IGP-M fechado e de sua segunda prévia.