Fundação Getúlio Vargas registra inflação zero na segunda prévia de abril

Rio de Janeiro – A Fundação Getúlio Vargas divulgou nesta sexta-feira (20) a segunda prévia da inflação mensal medida por meio do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M). A taxa, que reflete a variação de preços no mercado entre 21 de março e 10 de abril ficou em 0,00% . Em março, o mesmo levantamento apurou variação em 0,24%. O IGP-M consolidado no final do mês é utilizado como referência para o reajuste das tarifas de energia elétrica e também de contratos privados, como os de aluguel.

A variação nula no índice divulgado hoje (20), chamado de IGP-M segundo decêndio, resulta da combinação entre redução de 0,21% nos preços do atacado, alta de 0,34% nos preços ao consumidor e avanço de 0,48% nos preços relacionados à construção civil. O maior impacto para a deflação no atacado partiu das matérias primas brutas, que passou de 0,35% na segunda prévia de março para deflação de 2,51% na segunda prévia de abril. Os itens que mais influenciaram foram aves (8,61% para -8,91%), soja em grão (1,22% para -3,49%) e laranja (6,05% para -17,74%).

Em sentido contrário, avançaram os preços de alimentos processados que apresentaram a maior aceleração (-1,62% para -0,35%). Também houve alta nos preços de Bens Intermediários, com destaque para os combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,09% para 1,17%.

Para o coordenador da pesquisa Salomão Quadros, a ausência de variação no índice de preços confirmou a fase de inflação baixa justificada pela redução de preços agrícolas no período da safra e só não houve deflação porque outros produtos estão em alta. ?Tem outros produtos que estão subindo no atacado, como combustíveis, fertilizantes, mas o efeito dos produtos agrícolas é predominante, nesse período de safra. O resultado não chegou a ser negativo porque recebeu muitas pressões como essas?, avaliou Quadros.

Segundo ele, outros impactos que amenizaram o efeito redutor das matérias primas agrícolas na taxa de inflação foram altas nos preços ao consumidor. Na prévia atual, quatro das sete classes de despesa consideradas tiveram acréscimo em seu índice de variação de preços. O maior avanço foi no grupo vestuário, cuja taxa passou de -1,64% para 0,90% do segundo decêndio de março, para o de abril.

Também aumentaram preços ligados à habitação, aos transportes, à saúde e a cuidados pessoais. Entre os itens em elevação, estão as tarifas de água e esgoto. Os preços dos alimentos também subiram, porém o ritmo dos aumentos foi bem menor do que o apurado na segunda prévia de março (redução de 1,24% para 0,48%). Contribuíram para a alta menos intensa, itens como as hortaliças e legumes (7,22% para 2,72%), aves e ovos (3,61% para 0,33%) e frutas (2,17% para 1,43%).

Para Salomão Quadros, a intensidade da desaceleração nos preços dos alimentos sugere possibilidade futura de deflação. ?A rapidez com que o preço da alimentação vem perdendo força e também o fato de você ter na origem, no campo, preços em queda, reforça a possibilidade de se ter nas próximas semanas até mesmo uma deflação em alimentos?.

No que diz respeito aos preços da construção civil a alta de 0,21%, no segundo decêndio de março, é resultado, principalmente, do aumento de 0,71%, nos custos da mão-de-obra, que reflete os dissídios coletivos dos trabalhadores do setor nas cidades do Rio de Janeiro e Salvador.

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