A Fundação Cultural de Curitiba teve neste ano um dos melhores desempenhos de sua história, fechando 2005 com participação direta em 1.732 eventos, 93 programas permanentes e 2.969.670 atendimentos, com enfoque na atenção aos bairros da cidade.
"A Fundação Cultural cumpriu fielmente o que previa o Plano de Governo para o setor, descentralização suas ações em benefício da população e trabalhando com princípios de qualidade, planejamento e, principalmente, economicidade, utilizando com transparência e responsabilidade os recursos públicos", diz o presidente da Fundação Cultural, Paulino Viapiana.
Em 2005, o foco das ações da Fundação passou a ser a região periférica da cidade. Contando com seus Núcleos Gerenciais nas Regionais Administrativas da cidade, a Fundação levou suas atividades para a ponta, para onde está a população que não tem acesso aos produtos e bens culturais.
O Fundo Municipal de Cultural lançou 10 editais em 2005, num total de 2,4 milhões de reais, que levaram atrações artísticas para todos os bairros da cidade, apoiando os artistas locais a mostrar suas produções culturais.
"O mais importante foi que a Fundação realizou este trabalho numa via de duas mãos, gerando o acesso às atrações culturais, mas também oferecendo oficinas para atender ao interesse da população em aperfeiçoamento ou mesmo formação profissional nos diversos segmentos artísticos", afirma Viapiana.
O presidente da Fundação destaca que o conjunto de ações foi realizado com uma redução de 27,8% nos gastos operacionais da Fundação, representando uma economia de R$ 512 mil em relação a 2004. No ano passado, a Fundação Cultural gastou R$ 1,84 milhão com despesas operacionais. Neste ano, os mesmo gastos corresponderam a R$ 1,33 milhão. Destacam-se reduções de gastos com passagens (-55%), telefone celular (-23%), táxi (-31) e cachês a terceiros (-66%).
Um dos destaques de 2005 foi a revisão da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, cujo projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal. Enquanto a Comissão de Revisão preparava a nova lei, a atual Comissão da Lei de Incentivo buscava zerar a fila de projetos aguardando avaliação. Esta fila tinha projetos até do ano 2000, mostrando as deficiências do sistema da lei antiga. Em março, quando a Comissão começou a avaliação, havia 754 projetos. A fila foi zerada em novembro.
Outro trabalho realizado pela Fundação foi o Programa de Recuperação de Espaços Culturais. A nova gestão percebeu graves problemas na estrutura física da Fundação. Foi solicitado um diagnóstico completo, realizado em parceria com o IPPUC, com levantamento e registro fotográfico de todos os problemas. Foram diagnosticados problemas em todos os espaços da Fundação, que são 150 espaços culturais em 44 prédios. "São problemas que vão de simples, como uma poltrona rasgada num cinema, a graves, como goteiras em salas que abrigam obras artísticas, e gravíssimos, que causaram interdição de espaços, como Cine Guarani e Teatro Novelas Curitibanas", disse Paulino Viapiana.
As reformas dos espaços culturais da cidade feitas pela Fundação Cultural de Curitiba estão recebendo investimentos que totalizam R$ 8.872.701,30. São reformas nas estruturas de espaços culturais e históricos, além de consertos internos e recolocação de objetos e substituição de materiais obsoletos ou danificados. Além de recursos próprios, a Fundação conta com recursos da Prefeitura Municipal, do Governo do Paraná (FDU) e do Ministério da Cultura para a execução das obras.
Já foram feitas reformas no Teatro do Piá, no Cine Luz, na Pedreira Paulo Leminski, no Solar do Barão, na Casa da Memória, no Memorial de Curitiba, e está em reforma o Centro de Criatividade do Parque São Lourenço e o Teatro Paiol. Em breve, entra em obras o Teatro Novelas Curitibanas.
Está em andamento a restauração da Capela do antigo Colégio Santa Maria, executada pela Secretaria Municipal de Obras, e que será o espaço de música erudita da Fundação. Já estão definidos projetos para recuperação de outros espaços, como Ópera de Arame e Centro Cultural do Portão, com a reabertura do Cine Guarani, fechado desde 1998. Foram garantidos junto ao governo federal recursos para restauração do Solar dos Guimarães, no Largo da Ordem.
Internamente, a atual gestão iniciou uma inédita reestruturação da Fundação Cultural, capacitando seus funcionários e dando-lhes melhores condições de trabalho, inclusive com a futura mudança da sede administrativa para o Moinho Rebouças. "A meta desta gestão é ?devolver a Fundação para a Fundação?. Dos cinco cargos da nova diretoria, quatro são ocupados por funcionários de carreira da Fundação, valorizando seu eficiente trabalho e mostrando a todo o restante do pessoal que existe uma oportunidade de evolução profissional dentro da própria instituição", diz Viapiana.
E a Fundação começa 2006 a todo vapor, pois no dia 5 tem início a 24a edição da Oficina de Música de Curitiba. A Oficina vem com inovações, com novidades como a inclusão da música eletrônica, pela primeira vez na Oficina, e a volta das aulas nos Núcleos da Fundação Cultural nas Regionais Administrativas da cidade. Outra novidade é relacionada às fases da Oficina. As oficinas de música erudita e de música popular brasileira serão no mesmo período – de 5 a 15 de janeiro – ao contrário dos outros anos, em que elas eram realizadas em etapas separadas. Com o término desta primeira fase, começa a de música eletrônica e a dos Núcleos Regionais nas Ruas da Cidadania, de 16 a 21 de janeiro.
A expectativa é de que mais de 1.500 alunos participem de 70 cursos de instrumentos, prática de conjunto, canto e coral, além de terem acesso gratuito a 38 concertos, com apresentações de alguns dos maiores músicos da atualidade e dos próprios alunos. O endereço eletrônico www.oficinademusica.org.br traz todas as informações sobre cursos, professores e programação geral.