Dirigentes da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect) defenderam uma investigação profunda em todos processos licitatórios feitos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) nos últimos dez anos. "Queremos que todas as irregularidades sejam apuradas e que os responsáveis sejam punidos", cobrou o secretário de Administração e Finanças da federação, Roberto Prado.
Para ele, as denúncias de um suposto esquema de pagamento de propina para favorecer empresas em licitações dos Correios não podem comprometer a imagem da estatal. "A gente avalia que, por ações de alguns maus funcionários, não dá para comparar ou ligar a corrupção aos 109 mil trabalhadores dos Correios que construíram essa empresa que é uma das que têm maior credibilidade junto à sociedade".
Em entrevista coletiva, o secretário sugeriu que o nome da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar as supostas irregularidades na estatal mude para CPI da Corrupção. "Não dá para rotular que essa é uma CPI de corrupção nos Correios apenas ou tentar macular a imagem da empresa".
Durante a coletiva, os dirigentes da Fentect apresentaram as decisões tomadas pelo Conselho de representantes durante as reuniões realizadas no fim de semana passado. No que se refere à campanha salarial de 2005, por exemplo, eles reivindicam reposição com base na inflação do período de 1º de agosto de 2004 a 31 de julho deste ano, mais 20% de ganho real.
Eles também querem que as perdas salariais referentes ao período de 1º de julho de 1994 a julho de 2004 sejam devolvidas pelos Correios em três anos, assim como o aumento do piso salarial de R$ 448,28 para R$ 931,95.