Os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em todo o País decidiram paralisar suas atividades nesta terça-feira (8) por 24 horas como forma de protesto à divisão da autarquia por meio de uma Medida Provisória. Segundo dados da Associação Nacional dos Funcionários do Ibama, a adesão chegou perto dos 100%. O órgão reunia até o final do mês passado, quando a MP foi editada pelo governo, 6.400 funcionários espalhados pelos 26 Estados e no Distrito Federal.
A série de manifestações em reação à divisão do Ibama e à criação do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Conservação vai se estender. Para amanhã de manhã, foi preparado um protesto na Esplanada dos Ministérios, na capital federal. O ato deverá se estender até o Palácio do Planalto. Nesta terça-feira, também em Brasília, os servidores do Ibama repetiram panfletagem feita na semana passada no Congresso. Eles foram em busca de apoio parlamentar para que a MP seja rejeitada na Câmara.
"A divisão do Ibama vai enfraquecer um órgão que tem história. É um retrocesso essa mudança para a política ambiental do País", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas Corrêa. Com a divisão, o Ibama continua responsável pela fiscalização e concessão de licenças ambientais e a área de preservação ficará à cargo do Instituto Chico Mendes.
Greve nacional
Na quinta-feira, os servidores do Ibama realizaram plenária nacional, também em Brasília, para decidir por uma greve nacional. Em alguns Estados, como o Amazonas, a greve já foi iniciada desde a semana passada. No Distrito Federal, os funcionários da autarquia estão em estado de greve desde a última semana de abril e, na sexta-feira passada, decidiram cruzar os braços. Eles têm ido à sede do órgão em Brasília mas não estão exercendo suas funções. Também amanhã, a questão da concessão de licenças ambientais será discutida em audiência pública na Câmara.