Funcionários demitidos da Varig propõem que governo pague dívida trabalhista

Rio de Janeiro – Funcionários demitidos da Varig entregaram nesta sexta-feira (4) ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, uma proposta para que a indenização trabalhista seja paga pelo governo federal. O ministro prometeu que encaminhará a reivindicação ao governo. "Estou me comprometendo com a classe e vou levar a proposta a instâncias superiores para que possam ser pensadas soluções para a situação dessas pessoas", afirmou Lupi, que participou de audiência na Câmara Municipal do Rio.

De acordo com o presidente da Associação de Pilotos da Varig (APVAR), Élnio Borges, a União tem uma dívida de cerca de R$ 5,7 bilhões com a Varig, a título de compensação de um congelamento tarifário ocorrido na década de 80. A proposta é que com esse dinheiro possam ser pagos os direitos trabalhistas dos cerca de 10 mil funcionários demitidos em julho de 2006 e também dos aposentados.

"O dinheiro seria prioritariamente destinado ao pagamento dos funcionários da ativa e aposentados. Mas, segundo nossos cálculos, ainda haveria um saldo que poderia ser usado para os créditos fiscais da Varig", disse Borges.

Segundo o presidente da associação, os aposentados e ativos do Aerus, fundo de pensão dos funcionários do grupo Varig, estão correndo o risco de ficar sem seu dinheiro. Borges explicou que o Aerus tem um rombo de R$ 3,2 bilhões e que a partir do mês de junho não haverá fundos para pagar a aposentadoria de cerca de 7.500 pessoas.

"Os participantes ativos que ainda não tinham se aposentado quando houve a demissão não possuem expectativa nenhuma de receber o dinheiro de volta. Enquanto os aposentados, a maioria com idade superior a 65 anos de idade, podem perder 80% da sua renda mensal", disse.

A Varig passou por um processo de recuperação judicial durante mais de um ano, e em julho de 2006 foi vendida à empresa VarigLog. Com a venda, todos os funcionários foram demitidos, dos quais 1.700 ? o correspondente a 20% dos trabalhadores – foram reaproveitados pela nova proprietária, enquanto o restante ficou desempregado.

Em março deste ano, a empresa aérea foi vendida para Gol, sua antiga concorrente.

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