A revolta gerada por reclamações ignoradas envolvendo falta de efetivo, sobrecarga de trabalho e problemas de saúde enfrentados por servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), fez com que o funcionário Mauro Miguel colocasse em risco a própria saúde em prol dos colegas de trabalho.
Desde segunda-feira de manhã, ele está fazendo uma greve de fome em frente à sede dos Correios, na Rua João Negrão, centro de Curitiba. Hoje a greve de Miguel completa três dias. Desde segunda-feira, ele bebe apenas água e vive em uma barraca de camping.
“Minha revolta aconteceu após uma queixa que foi completamente ignorada pela administração da empresa. Além de não conseguir a resposta, recebi um dia de suspensão e outro de punição por causa de um processo administrativo”, conta.
Miguel, que trabalha há 23 anos nos Correios, conta que muitos colegas de trabalho estão sofrendo problemas até mesmo psicológicos em virtude da quantidade de trabalho.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a ECT afirmou que a punição aconteceu em virtude da quebra de algumas normas dentro da empresa. Segundo os Correios, a punição é um procedimento normal e que não justificaria o comportamento de Miguel, mesmo porque ele ainda pode recorrer desse resultado.
Sobre a quantidade de trabalho, a ECT informou que os carteiros, por exemplo, podem dar continuidade no dia seguinte caso não consigam entregar todas as correspondências no mesmo dia.