Funcionamento de nova fábrica nuclear ainda depende de licenciamento

Brasília ? A primeira fábrica de enriquecimento de Urânio do Brasil será inaugurada nos próximos dias, mas não entrará em funcionamento imediatamente. O licenciamento por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) já foi dado. Mas o processo ainda está em fase conclusiva na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"Faltam apenas formalidades", conta o presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves. Para ele, a fábrica foi construída dentro dos parâmetros de segurança e não vai representar riscos para a população. O diretor da Área de Enriquecimento da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Carlos Freire Moreira, diz que usina atende aos requisitos da CNEN, órgão responsável pelo rastreamento de tudo o que acontece em todas as fases de processamento de combustíveis nucleares.

"No caso do Brasil, esse acompanhamento ocorre desde a lavra do Urânio em Caitité, na Bahia, até o emprego do elemento combustível em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro", revela Moreira. "São produzidos cerca de três mil documentos sobre todos os passos do processo. Eu desconheço um processo industrial que faça isso."

O diretor da INB defende que as entidades ambientalistas façam uma permanente vigilância sobre tudo e todos que eventualmente possam representar qualquer tipo de agressão à natureza. Mas, nesse sentido, Freire pede que o monitoramento seja feito de acordo com a "realidade". Segundo ele, a CNEN vem se desdobrando para providenciar um local para a estocagem definitiva de rejeitos nucleares.

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