A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) contestou hoje, em nota oficial, o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios que sugere o indiciamento do diretor- financeiro do fundo de pensão, Demósthenes Marques, por investimentos realizados no Banco Santos.

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"A Funcef é vítima, assim como outros fundos de pensão citados no relatório final. O relatório contém erros técnicos graves e deixa claro que não há indícios de atuação administrativa que possam incriminá-lo (Marques)", diz o comunicado.

O comunicado oficial da diretoria-executiva da Funcef destaca ainda os seguintes pontos:

"A Funcef já prestou esclarecimentos sobre o caso, diversas vezes, em entrevistas e comunicados à imprensa, ofícios à CPMI, a órgãos reguladores etc.

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É totalmente inaceitável afirmar que houve atuação deliberada de administradores e operadores no período de agosto de 2002 a agosto de 2005, uma vez que se trata de uma única operação aleatória de percentual muito pequeno, mostrando uma diversificação de risco conservadora.

O relatório insiste em dizer que o investimento foi realizado cinco dias antes da intervenção, mas não é verdade. A aplicação financeira deu-se em 12 de agosto de 2004, três meses antes da intervenção.

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O documento da CPI também distorce a verdade ao não mostrar o rating ‘grau médio de investimento’ atribuído pela própria Moody’s em sua avaliação datada de 01/08/2004.

Demósthenes Marques é um profissional sério e muito respeitado. Sua inclusão na lista de indiciados causa surpresa. O próprio ACM Neto (Antônio Carlos Magalhães Neto) afirmou, durante audiência da CPI, realizada dia 21 de fevereiro (o mesmo trecho está registrado no relatório), que uma fundação do porte da Funcef ‘jamais estaria vulnerável a práticas rudimentares de desvio de recursos’ e que, ‘dificilmente, seria alvo de irregularidades primárias.’