O Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e as secretarias estaduais e municipais de Saúde da região Sul, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo estão em alerta para controlar e evitar que um surto de conjuntivite aguda hemorrágica se espalhe. A doença já atingiu 57.146 pessoas desde o início de março.
Segundo as informações recebidas, até 18 de março, pelo Cenepi, Santa Catarina é o estado com maior incidência da doença. Foram registrados 35.689 casos, a grande maioria na região litorânea. Em seguida, estão os estados de São Paulo, com 15 mil casos; Rio Grande do Sul, com 5.457; Mato Grosso do Sul, com mil casos. Também existem registros da doença no Paraná.
A conjuntivite é uma infecção ocular, geralmente causada por bactéria ou vírus, que envolve uma ou mais camadas da conjuntiva, um tecido do olho. A doença também pode ter origem alérgica ou tóxica. O surto atual, pelas características clínicas e epidemiológicas verificadas, pode ser de origem viral, mas o diagnóstico laboratorial para a identificação do agente que está causando a doença ainda não foi concluído.
De acordo com o Cenepi, é comum a ocorrência de surtos de conjuntivites virais nessa época do ano. A aglomeração de pessoas nos grandes centros urbanos e o intenso trânsito entre as capitais podem ser consideradas as prováveis causas da rápida disseminação da doença.
A transmissão se da pelas mãos, por toalhas, em piscinas não tratadas e, principalmente, pelo contato direto com pessoas contaminadas. Os locais fechados são os mais perigosos. Na maior parte dos casos, os sintomas da doença desaparecem entre sete e dez dias, sem deixar seqüelas.
A Funasa colocou em seu site – www.funasa.gov.br – uma nota técnica com informações sobre a origem do surto e repassou orientações para as secretarias estaduais e municipais de Saúde. Na esfera estadual, estão sendo realizadas ações para contenção dos casos, incluindo a adoção de medidas preventivas e de assistência.