Pela primeira vez desde que foi criado, em 2001, o Fórum Social Mundial não será realizado em Porto Alegre, em 2004, mas voltará à cidade em 2005, decidiu nesta quarta-feira o Comitê Internacional que organiza o evento antiglobalização, que recebe este ano 100 mil pessoas.
Em 2004, o Fórum Social será na Índia, decidiu o Comitê Internacional, que ainda não definiu se será em nível mundial ou regional (continental para a África e Ásia).
Outra decisão tomada é a de que o Fórum Social Mundial não terá que ser celebrado na mesma data que o Fórum Econômico de Davos (Suiça), contra o qual foi criado, informou Roberto Sabio, membro do comitê internacional.
Coincidiria anualmente com o Fórum de Davos a realização de uma marcha mundial contra a guerra e pela paz, simultânea em todo o mundo.
A decisão de tirar o fórum de Porto Alegre, pelo menos durante um ano, foi tomada com base em duas razões principais: as limitações da capital gaúcha, que ficou lotada este ano com 100 mil ativistas antiglobalização e a vontade de internacionalizar o evento, com a celebração de encontros nos diferentes continentes.
Em Porto Alegre “chegamos a limites muito sérios. O primeiro é o custo; há um problema de financiamento que não queremos que condicione o desenvolvimento do fórum. Também chegamos ao limite da capacidade da cidade. Um exemplo: o Brasil possui apenas 17 mil fones de ouvido de tradução simultânea”, disse o representante.
Só se a Índia desistir o fórum poderia voltar a acontecer em Porto Alegre em 2004, explicou depois o sociólogo Emir Sader. Mas ele esclareceu que a tendência é fazer fóruns menores e mais reflexivos. Também quer que o fórum da Índia seja chamado mundial: “haverá mais africanos e asiáticos, que são os que menos podem vir a Porto Alegre por causa dos custos e das distâncias. O de Porto Alegre também é realizado em nível mundial, mas há mais latino-americanos”, disse.