O Fórum Social Mundial, realizado pelo terceiro ano consecutivo em Porto Alegre, mostrou a força do movimento de cidadania com a participação de mais de 100 mil pessoas na edição, que se encerrou esta terça-feira, declararam os organizadores do evento.
“Nascemos anti-Davos, hoje Davos é anti-Porto Alegre”, afirmou Candido Grzybowski, um dos organizadores do FSM. Segundo ele, o Fórum Social Mundial já superou a necessidade de ser simplesmente o evento que se opõe ao Fórum Econômico Mundial de Davos.
O Fórum de Porto Alegre foi, de fato, criado como a antítese do debate de Davos, que reúne na mesma época os poderosos da economia e da política do planeta.
O encontro no Brasil reuniu 15 mil ativistas no primeiro ano (2001). Este ano, segundo os organizadores, mais de 100 mil pessoas de 156 países compareceram à capital do Rio Grande do Sul.
“Está sendo criada uma gigantesca onda de cidadania”, declarou Grzybowski, que acrescentou que este movimento da sociedade civil conseguiu “deslegitimar o neoliberalismo” diante da opinião pública mundial.
A mensagem mais clara e unitária do III Fórum Social foi manifestada contra uma possível guerra no Iraque.
Porém, apesar de seu crescmiento e da clareza de suas mensagens, ainda resta muito trabalho para as ONGs, reconheceu Grzybowski. “Estamos longe de uma vitória que possa ser traduzida em novas políticas macroeconômicas e sociais no mundo”, lamentou, para logo depois acrescentar: “Ainda teremos que sofrer muito para conseguir levar adiante essa agenda social de uma nova ordem mundial mais justa e eqüitativa”.
O III Fórum Social Mundial encerrou uma fase para o movimento: a partir de 2004 o evento mudará de continente pela primeira vez e será realizado na Índia.
Além disso, a organização do evento declarou sua independência de Davos ao decidir que o FSM não terá mais que ser celebrado nas mesmas datas do Fórum da Suíça, mas ressaltando que todos os anos será convocada uma série de marchas e protestos contra o neoliberalismo e a guerra na mesma época do Fórum Econômico Mundial.