Fronteira com a Colômbia terá mais 2,5 mil soldados brasileiros

Manaus – A fronteira com a Colômbia receberá dois novos batalhões do Exército brasileiro e sediará um comando de Brigada, aumentando de mil para cerca de 3,5 mil a quantidade de militares na área.

O chefe do Estado Maior do Comando Militar da Amazônia (CMA), general Villas Boas, disse que esse aumento servirá para combater o narcotráfico e contribuir com o desenvolvimento da infra-estrutura local. "O Brasil não tem problemas de fronteira, porque os limites territoriais estão pacificamente estabelecidos. Mas há conflitos ligados ao narcotráfico", afirmou. "Nossa preocupação com as Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] é com relação ao narcotráfico, porque eles não operam militarmente dentro do nosso território", disse.

Dos quase 18 mil quilômetros quadrados de fronteira brasileira, 11.800 estão na Amazônia. Neles existem 27 pelotões de fronteira, cada um com 66 militares no quadro permanente ? ou seja, quase 1800 cabos, soldados, oficiais e sargentos. "No plano de estruturação do Exército há previsão para implantar mais cinco pelotões de fronteira, mas não há prazo para isso", revelou Villas Boas. "A prioridade é a construção de um pelotão em Marechal Taumaturgo, no Acre. Lá é uma reserva indígena onde tem havido muito contrabando de madeiras nobres para o Peru".

"A presença do Exército traz uma infra-estrutura mínima de transporte, energia, telecomunicações, saúde, educação. Cria condições para que a população se assente à volta do pelotão e outros órgãos do governo venham trabalhar", explicou. De acordo com ele, cada pelotão de fronteira possui uma área destinada a órgãos públicos, que pode abrigar policiais federais em uma operação especial ou agentes de saúde em uma campanha de vacinação, por exemplo.

O coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Sateré-Mawé, disse que "a guerrilha e o narcotráfico são uma preocupação e uma realidade, que afetam também os povos indígenas". Ainda assim, segundo ele, "não podem virar desculpa para que o Exército aumente indiscriminadamente os pelotões de fronteira, sem consultar quem vive na área".

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