O frio exige cuidado com os animais de pequeno porte que ficam em exposição no Passeio Público de Curitiba. Várias medidas são tomadas em relação às aves, répteis e pequenos primatas, sensíveis às temperaturas mais baixas. Cortinas de plástico, lâmpadas, pedras com uma resistência embutida, aquecedores e até um reforço na alimentação garante saúde aos animais expostos no Passeio. No zoológico os animais são maiores, mais resistentes e também mais acostumados ao inverno Curitiba.
Com a queda da temperatura os espaços para exposição são protegidos com plásticos que dificultam a visibilidade pelos visitantes mas protegem aves como os papagaios, periquitos, entre outras espécies, do vento. Apenas o acesso dos tratadores fica sem a proteção. "Contamos com a compreensão da população. Este cuidado é por uma boa causa. Queremos evitar perdas de animais durante o frio", defende a bióloga Maria Lúcia Faria Gomes. Já nas primeiras horas da manhã é possível perceber que, assim como acontece com as janelas das casas das pessoas nos dias mais frios, o plástico fica suado por dentro por causa da diferença entre a temperatura interna e externa.
A manutenção das cortinas começa antes mesmo de a temperatura baixar, em abril, e, neste ano, nos dias mais frios dos meses de maio e junho os plásticos foram abaixados. O procedimento foi adotado de novo nos últimos dias. Este recurso é usado no Passeio Público há quase dez anos e a medida evita os problemas respiratórios nos animais. As araras não têm cortinas de plástico, mas contam com uma sala indoor localizada atrás dos espaços de exposição.
Já os répteis são mantidos sadios com as lâmpadas próprias para o aquecimento dos seus recintos e, no inverno, é instalada uma pedra que tem uma resistência embutida. Esta pedra especial é colocada sob o piso e garante uma temperatura mais confortável para as cobras. O animal permanece a maior parte do tempo perto do aparelho. Quando a lâmpada e a pedra especial não são suficientes para manter a temperatura confortável para as cobras, elas são transferidas para uma sala especial onde a temperatura é mantida em aproximadamente 24 a 25 graus. No caso da iguana, é colocado um aquecedor semelhante ao usado nas residências.
Os pequenos primatas, como os sagüis e micos-leão recebem um reforço na alimentação, comem papinhas feitas com flocos de cereais, leite, mel e frutas. "Este complemento alimentar evita os resfriados", explica a bióloga Maria Lúcia. Além disso, suas "casinhas" contam com uma lâmpada, que fica guardada em um compartimento separado para não ferir o animal, mas mantendo aquecido o recinto que os protege do frio.