Londrina – Os frigoríficos do Paraná acumulam prejuízo de R$ 300 milhões desde o surgimento do primeiro foco de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, em 10 de outubro. A informação é de Gustavo Fanaya, economista do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne). Os seis novos focos no Paraná – além do primeiro, localizado em São Sebastião da Amoreira -, anunciados ontem (20) pelo Ministério da Agricultura, não irão alterar o quadro, segundo ele, já que as exportações de carne do Estado – assim como de Mato Grosso do Sul e São Paulo – estão bloqueadas por 58 países.
A maior parte do prejuízo paranaense – R$ 197 milhões – deve-se à perda das exportações e R$ 100 milhões referem-se ao que o Estado deixou de comercializar com Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O trânsito de animais e produtos de origem animal originários do Paraná está proibido em Santa Catarina, que é área livre da aftosa sem vacinação, o que impede a chegada desses produtos ao mercado gaúcho.
O Chile, que admitiu a possibilidade de retomar as importações de carne brasileira após o anúncio de um foco de aftosa no norte da Argentina, ainda não se manifestou sobre os novos focos no Paraná. Os chilenos consomem cerca de 10% da carne bovina exportada pelo Brasil e condicionaram a retomada nas importações à garantia de que os focos da aftosa estão controlados. A documentação enviada pelo Ministério da Agricultura chegou àquele país dia 16.
O secretário de Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, disse que o Estado tem pressa em sacrificar o rebanho que o Ministério da Agricultura indicou estar com aftosa – cerca de 6 3 mil animais -, mas isso dependerá das ações judiciais que os proprietários eventualmente possam mover. O Centro Universitário de Maringá, cuja fazenda experimental é apontada como um dos focos da doença, anunciou que irá recorrer da decisão do ministério.
