As duas frentes que irão participar do referendo sobre a proibição de armas de fogo e munição no país se preparam para a divulgação das propostas.
A propaganda obrigatória da Frente Brasil sem Armas e da Frente pelo Direito da Legítima Defesa começa dia 1º de outubro, no rádio e na televisão. A campanha vai até o dia 20 do mesmo mês, três dias antes da votação.
A Frente Brasil sem Armas já começou a gravação de programas-piloto e a impressão de material de divulgação. "A nossa idéia é que a propaganda gratuita seja aberta pela atriz Fernanda Montenegro, que faria uma defesa emocionada do desarmamento", explicou o secretário-executivo da Frente, Raul Jungmann (PPS-PE).
Jungmann disse que já existe calendário para o lançamento de comitês estaduais em todo o país "para que as pessoas possam se envolver diretamente e participar dessa grande campanha em favor da vida e contra a violência", disse.
De acordo com o deputado, a campanha da Frente Brasil sem Armas será dividida em aspectos estatísticos e emocionais. "Não estamos falando apenas de números, estamos falando de vida. O nosso grande ponto de partida vai ser a seguinte colocação: dizer "sim" no referendo é poupar vidas", explicou.
Jungmann destacou que a programação ainda não está totalmente definida. Mas já há atos públicos e caminhadas agendados em todo o país. "Já estamos com atos marcados para Salvador, Goiânia, Brasília e Maceió. Em Fortaleza, no próximo domingo (11), teremos uma primeira caminhada, chamada Caminhada Luminosa, que vai se espalhar pelo Brasil afora, nas capitais e depois nas demais cidades", disse.
O presidente da Frente pelo Direito da Legítima Defesa, deputado Alberto Fraga (PFL-DF), diz que a campanha irá apostar na informação. "O grande problema é que muita gente não sabe do referendo do dia 23. Vamos apostar na informação", disse.
Fraga afirma que o principal argumento da Frente pelo Direito da Legítima Defesa será afirmar ao eleitor que nada será alterado após o referendo.
"Se houver uma proibição de arma de fogo, não haverá nenhum tipo de benefício para a sociedade. Até mesmo porque, a cada dia que passa, fica muito mais flagrante que as armas que se envolvem em crimes de segurança pública não são vendidas, tampouco compradas nas lojas comerciais. Não é razoável que um governo que apresenta problemas de políticas sociais agora queira eleger como bode expiatório a arma de fogo, especialmente aquela legal, comprada numa loja comercial", defende Fraga.
O referendo sobre a proibição de armas de fogo e munição no país será votado dia 23 de outubro. A população deverá responder "sim" ou "não" à pergunta: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? A votação é obrigatória para os maiores de 18 anos e menores de 70. O voto é facultativo para pessoas com idade entre 16 e 18 anos ou acima de 70. Aquelas que não puderem comparecer às urnas, deverão justificar a ausência.