Freio nas contratações

Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma diminuição na velocidade das contratações na indústria brasileira. No primeiro trimestre de 2008, o aumento no volume de empregos foi de 3%, meio ponto percentual a menos do que no último trimestre de 2007.

Até aí, nada de estranho. O próprio IBGE lembra que os três últimos meses do ano são os que concentram o maior ritmo de contratações, pela necessidade de aumento de produção no período de Natal e Réveillon. Portanto, a redução não significaria uma preocupação para a equipe econômica do governo Lula.

Olhando para o nosso Estado, a queda foi mais acentuada. Dos expressivos 4,9% do último trimestre do ano passado, a alta passou para 2,9%. Claro que estamos em uma situação ainda confortável (são 21 meses de crescimento sucessivo), mas ter a maior desaceleração apontada pelo IBGE não é nada auspicioso.

Por mais que se apontem fatos positivos nos últimos anos, a política industrial do Paraná não consegue se sustentar. Como governos federal e estadual estão ?afinados?, seria possível imaginar que os bons exemplos apresentados pela economia nacional seriam seguidos. Mas, ao contrário, alguns dos principais feitos do País são desprezados aqui, como se fossem meros atos de ?entreguismo? para o sistema financeiro.

Não são. São atitudes macroeconômicas corretas, que dão respaldo ao País e à suas empresas. Foram estas atitudes, as tais tão execradas por aqui, que renderam ao Brasil o grau de investimento. Sem elas, estaríamos estagnados, condenados a talvez mais dez anos de atraso, ao invés de termos um cenário futuro positivo, com possibilidade de crescimento mais acelerado. E, enfim, o País poderia investir pesado em infra-estrutura, partindo para a solução de problemas que pareciam insolúveis transportes, energia, saúde, educação.

Não perceber isto (ou não querer perceber) é optar pelo retrógrado discurso da luta de classes, há muito afastado da discussão política. E ter como resposta a fuga de possíveis investidores. Desenvolvimento se constrói com atitudes e iniciativas, não com palavrório e doutrinação antiquada.

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