O Frei Galvão acaba de ser declarado Santo, com o processo de canonização concretizado agora pelo papa Bento XVI. É o primeiro santo 100% brasileiro. Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ou Frei Galvão. Nascido em Guaratinguetá, cidade do Vale do Paraíba do Estado de São Paulo. O palco da canonização, em evento inédito, foi o Campo de Marte, na zona norte da capital paulista, cercado por mais de 1 milhão de pessoas. A cerimônia contou com a presença dos cerca de 400 bispos brasileiros todos em branco, no palco ao lado do papa Bento XVI. O papa teve a saudação de D. Odilo Scherer, novo bispo da Arquidiocese de São Paulo.
A cerimônia de canonização do beato Frei Galvão, teve a narrativa de sua história por D. José Saraiva, prefeito da Congregação da Causa dos Santos, responsável pelo setor no Vaticano que comprovou seus milagres, e no dia 23 de fevereiro último, foi decidido finalmente que ele seria Santo, mais um entre os 6.700 Santos da Igreja Católica. Outro fato inédito é que a canonização foi realizada fora do Vaticano, como uma homenagem aos católicos do País, disse um integrante da comitiva papal.
O processo de canonização do Frei Galvão teve início em 1938 e foi retomado somente em 1991, quando o arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, nomeou como postuladora – algo como uma representante da candidatura no Vaticano – a irmã Célia Cadorin.
No total, são cinco passos para a canonização. Primeiramente, o candidato a santo deve ter morrido, pelo menos, cinco anos antes da abertura do processo. Depois é nomeado um postulador, que fica responsável por organizar a documentação exigida. É possível tornar-se santo pela virtude ou pelo martírio. Após isso, os documentos são avaliados por historiadores, teólogos e uma comissão de cardeais do Vaticano. Se houver aprovação, o candidato ganha o título de venerável.
Depois destes trâmites, os mártires veneráveis são nomeados beatos. Já os veneráveis por virtude, devem ter um milagre de cura comprovado para se tornar beatos. Em seguida, o caso passa pelo crivo do Vaticano, que incluem peritos e uma comissão médica. Quem dá o decreto é o papa. Se o milagre for aceito, ele anuncia a beatificação. No caso de Frei Galvão, a beatificação foi anunciada pelo então papa, em 1998, João Paulo II.
Por fim, para a canonização, deve ser comprovado um segundo milagre. Ele tem que ter ocorrido, necessariamente, após a beatificação. O processo ocorre nos mesmos moldes do primeiro. O papa anuncia a canonização depois do consistório, uma consulta final a todos os cardeais.