Frango, ovos, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e contratos de assistência médica representaram mais da metade da inflação na cidade de São Paulo na primeira quadrissemana de março (últimos 30 dias encerrados no dia 7), segundo levantamento divulgado hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). De acordo com a Fipe, esses quatro itens contribuíram com 0,17 ponto porcentual do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,28%.
Grande surpresa do fechamento de fevereiro, o preço do frango passou da segunda para a alta mais expressiva na primeira medição de março. O item apresentou elevação de 7,56% e contribuiu com 0,07 ponto porcentual do índice da Fipe, ante uma elevação de 4,09% (0,04 ponto porcentual) do levantamento anterior.
Segundo o coordenador do IPC, Márcio Nakane, o frango deve continuar pressionando a inflação no município de São Paulo, mas em menor intensidade, já que na pesquisa de preços na ponta, em que a Fipe mediu os preços da primeira semana de março ante a primeira semana de fevereiro, o item apresentou desaceleração. Nesta medição, passou de uma alta de 13,16%, na última semana do mês passado, para uma elevação de 9,86% na semana inicial de março. "O pior já passou", disse o coordenador.
Além do frango, o item ovos mereceu destaque de Nakane. Na primeira quadrissemana do mês, subiu 8,48% e contribuiu com 0,03 ponto porcentual do IPC, ante 3,62% e 0,01 ponto porcentual, respectivamente, do final de fevereiro. Segundo o coordenador, este item poderá pressionar o IPC mais do que o frango até o final de março, pois ainda não desacelerou na ponta: alta de 12 46%, contra 9,02% da medição anterior.
Líder entre as altas mais significativas no fechamento de fevereiro, o IPTU apresentou a segunda maior elevação na primeira quadrissemana de março. No período, passou de +5,79% (contribuição de 0,06 ponto porcentual) para +4,13% (0,04 ponto porcentual). Para Nakane, o item deverá apresentar variação zero até o final de março.
Quanto aos contratos de assistência média, a Fipe apurou que o item subiu menos, porém contribuiu mais do que na pesquisa anterior. No primeiro levantamento de março, avançou 0,92% frente a 1,03% do fechamento de fevereiro. A influência, no entanto, foi de 0,03 ponto porcentual, contra 0,02 ponto porcentual da pesquisa anterior.
Nakane não conseguiu detectar um motivo para este movimento neste componente do IPC. Segundo ele, o mais comum é que uma alta neste item seja verificada em julho, e não em fevereiro ou março, como está sendo verificado.