A violência pós-eleitoral prosseguiu na madrugada desta terça na França, deixando um rastro de carros queimados e vidraças estilhaçadas em várias cidades e levando os derrotados socialistas a pedirem calma aos manifestantes. Apesar de contidos, os protestos são uma advertência ao conservador Nicolas Sarkozy: ele pode ter ganhado a presidência, mas não convenceu ainda muitos franceses que consideram brutais suas reformas de livre mercado e sua linha dura com a criminalidade e a imigração ilegal.
Sarkozy, que derrotou a socialista Ségolène Royal no segundo turno das eleições de domingo, é um político desagregador que tem irritado, com sua retórica dura e repressão a criminosos e imigrantes, muitos da esquerda – e muitos de bairros pobres de imigrantes das periferias que explodiram em violência em 2005. Cerca de 730 carros foram incendiados em todo o país na noite de domingo, e 592 pessoas foram presas.
Ontem à noite e na madrugada de hoje, centenas de pessoas se concentraram novamente na Praça da Bastilha, em Paris, quebrando vitrines de lojas e provocando pequenos incêndios nas ruas. A tropa de choque da polícia dispersou os manifestantes, e cerca de 100 foram detidos. Um punhado de carros foram incendiados na área.