A comitiva francesa que encerrou hoje (2) sua visita ao Paraná aprovou o controle realizado pelo Estado para garantir a produção e comercialização de soja convencional. A informação foi divulgada pela ONG ambientalista Greenpeace, por meio de comunicado. A vice-governadora da Bretanha, Pascale Loget, afirmou que recomendará para toda a Europa a compra do produto paranaense. “Deixaremos claro, tanto na França como na Alemanha, na Bélgica e em outros países da Comunidade Européia, o trabalho sério e competente realizado pelo Paraná, que pode assegurar o fornecimento de soja livre de transgênicos”, disse Pascale, durante uma coletiva de imprensa no Centro de Referência em Agroecologia do Paraná, na manhã de hoje.

Segundo o Greenpeace, que acompanhou os visitantes, o assessor direto do presidente da Bretanha, Yvan Le Mevel, também deu seu apoio ao Estado. René Louail, representante da Confederação Camponesa Européia, declarou que fará a mesma recomendação para as 25 associações de produtores rurais da Europa que fazem parte da entidade.

Ele afirmou ainda que o projeto brasileiro de Lei de Biossegurança, em tramitação no Senado, deveria levar em consideração a grande demanda por soja convencional na Europa. Isso porque, se o cultivo da soja geneticamente modificada for liberado no País, a medida poderá comprometer as vantagens comerciais que o Brasil possui em relação aos países que exportam soja transgênica, alerta o Greenpeace.

Dos três maiores exportadores mundiais de soja, o Brasil é o único capaz de atender à demanda do mercado internacional por produtos que não contenham organismos geneticamente modificados. A maior parte da produção dos outros dois grandes fornecedores (EUA e Argentina) é transgênica.

Com a visita, a comitiva tinha o objetivo de conhecer a cadeia produtiva paranaense da soja convencional e orgânica, além do controle de qualidade realizado no Estado para garantir que o produto não seja contaminado por soja transgênica. O Paraná pode tornar-se o principal fornecedor mundial de soja convencional para a região francesa da Bretanha e do Pays de Loire, além da possibilidade de outros países seguirem o exemplo.
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