O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, afastou hoje a possibilidade do atual ou do futuro governo eleito alterarem o formato do último acordo negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, o desenho original do acordo permanece “válido” e não será alterado no próximo encontro com o Fundo marcado para os próximos dias. “Não é nossa intenção tratar desse assunto (revisão do acordo) na reunião e nem o futuro governo participará do encontro como se já estivesse empossado”, disse ele.
Segundo Fraga, quando o pacote foi negociado com o FMI, o Banco Central já previa a necessidade de se criar um “colchão de segurança” para esse período de transição entre o atual e o futuro governo. “Sabíamos que seria um momento em que a equipe [econômica] mudaria de mão”, disse Fraga referindo-se à necessidade de contrair um novo empréstimo.
De acordo com ele, o futuro governo pode aperfeiçoar ou fazer mudanças qualitativas no acordo fechado pela equipe atual com o FMI. Mas ele disse que o desenho original do acordo deverá ser mantido no futuro governo. “Os US$ 30 bilhões do FMI e mais os US$ 3 bilhões do BID e do Banco Mundial são mais do que suficientes para controlar a dívida interna e manter a confiança do país.”
Ele disse ainda que o país está com o balanço de pagamentos ajustado e que o processo de administração da dívida pública está controlado. Segundo ele, entre juros e amortização, o próximo governo terá US$ 9 bilhões a pagar em 2003. Para ele, os recuros do FMI são mais do que seis vezes superiores a esse débito. Fraga participou do 23§ Congresso Brasileiro de Fundos de Pensão, promovido pela Abrapp (Associação Brasileira de Previdência Complementar), em São Paulo. (Correio Web)