Mais um trabalhador foi vítima de bandidos em Curitiba. Na última sexta-feira (14), o fotógrafo Marcelo Veiga sentiu o gosto amargo de ter todo o equipamento de trabalho furtado. Uma mochila, com máquinas fotográficas, lentes, baterias e iluminação, que Marcelo utiliza diariamente para fazer seu trabalho. Tudo foi levado quando o profissional parou o carro em um posto de gasolina para consertar um pneu furado.
Marcelo conta que estacionou o carro na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, na Martin Afonso, bairro Mercês, para fazer fotos dos noivos que estavam casando naquela noite. Quando pegou o carro para continuar o trabalho na festa, em outro local, percebeu que o pneu estava furado. “Eu achei estranho, uma pessoa me alertou no trânsito sobre o furo, andei ainda alguns metros e tomei cuidado para parar em um posto movimentado”, relata.
Com o pneu consertado, ao chegar na festa do casamento, percebeu que a mochila com todo o equipamento não estava no carro. Imediatamente, retornou ao posto e, ao verificar as imagens das câmeras de segurança, confirmou a ação dos marginais. “Eles agem em grupo, um distraiu o caixa da loja de conveniência, o outro ficou fazendo cobertura. Como eu estava concentrado na troca do pneu, não percebi quando um terceiro abriu a porta do carro e saiu com a mochila”, descreveu o fotógrafo para a Tribuna.
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“É duro, tive que pedir equipamento emprestado de colegas para cumprir meus compromissos do fim de semana. E as fotos que estavam nos cartões de memória se perderam no furto, ainda bem que trabalhamos em equipe e não foi perda total”, lamenta o fotógrafo.
Ele deve fazer boletim de ocorrência nesta segunda-feira (17) e estima um prejuízo alto. “O equipamento é meu ganha pão. Meus amigos estão me emprestando o que podem, mas eles também precisam das máquinas para trabalhar’, afirma.
O caso repercutiu entre os amigos e colegas de profissão. Uma vaquinha está sendo feita para angariar dinheiro para a compra de novos materiais, até que a polícia consiga investigar o caso para tentar recuperar os equipamentos furtados. Quem quiser ajudar, pode colaborar pelo link.
Tem caroço nesse angu
De acordo com Marcelo Veiga, seu carro não foi o único a ter os pneus furados no mesmo local. “Aconteceu no carro de outros dois profissionais, no mesmo evento. Só que no deles não foi preciso fazer a troca”, relata. Em outro local, no sábado (15), um fotógrafo, parte da equipe do Studio Karam, saiu da Igreja São Vicente de Paulo, no Centro, e, duas quadras depois, uma mulher em um Palio branco o avisou sobre um furo em seu pneu. Como ele sabia do golpe no dia anterior, gritou que ele já tinha visto e que a polícia já havia sido acionada. Ao chegar no destino final, verificou o furo, na verdade, um rasgo no pneu.
Jose Luiz Karam, proprietário do Studio Karam e presidente do Conselho de Segurança dos bairros Mercês e Vista Alegre, acredita que exista uma quadrilha por trás destes ocorridos. Ele emitiu uma nota aos os profissionais que atuam em eventos, alertando sobre os casos de pneus furados, para tomarem cuidado.
Ele lamenta a falta de efetivo e a lentidão da justiça para resolver casos como esses. “Por mais que a polícia saiba onde anda um equipamento desses, eles não podem ir até o local até que haja um mandado de busca expedido por um juiz, e isso demora”, comenta. “O efetivo das polícias é baixo, então a prioridade é dada a crimes violentos”, opinou o presidente do Conselho de Segurança.