Uma disciplina orçamentária eficiente e uma postura mais rígida em relação à
responsabilidade fiscal poderiam ajudar o Brasil a atingir taxas de crescimento
econômico semelhantes às da China, na avaliação do Fórum Econômico Mundial. Para
o diretor e economista-chefe do organismo internacional, Augusto Lopez-Claros,
uma estratégia governamental nesse sentido seria a chave para elevar a
participação brasileira na economia mundial e conceder ao País uma posição de
maior destaque nas relações internacionais.
Em entrevista concedida hoje
(6) em São Paulo, Lopez-Claros afirmou que experiências obtidas por outros
países ajudam a confirmar essa teoria. Segundo ele, mercados como a Coréia do
Sul e Taiwan impulsionaram o desenvolvimento após terem encontrado uma fórmula
para lidar com o orçamento público. "Quando um país atinge uma disciplina
orçamentária e se torna estável do ponto de vista fiscal, surge a possibilidade
de adotar medidas muito mais criativas para impulsionar o desenvolvimento",
explica Lopez-Claros.
"Isso daria ao Brasil uma relevância muito maior na
economia global e criaria a oportunidade de alcançar um crescimento semelhante
ao da China", acrescentou.
Apesar de insistir que é cedo para dizer se o
Brasil será capaz de manter o crescimento registrado no ano passado,
Lopez-Claros reconheceu que o País tem dado sinais positivos nessa direção, como
é o caso do fim do acordo com o Fundo Monetário Internacional. "O fim do acordo
mostra que o governo brasileiro está confiante e isso é um ótimo sinal", afirmou
Lopez-Claros, que antes de integrar o Fórum Econômico Mundial foi representante
residente do FMI na Rússia. "Um país só procura o FMI quando sua economia está
uma confusão e quando sente a necessidade de buscar a orientação dos mais
desenvolvidos para solucionar o problema."
