Como em nenhuma outra época, os aposentados e pensionistas do INSS estão sendo motivo da mais refinada atenção de algumas instituições bancárias privadas. O motivo é o convênio com o Ministério da Previdência Social, para a concessão de empréstimos com desconto em folha.

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Como o índice de reajuste das aposentadorias e pensões, nos últimos anos, tem sido irrisório, o governo buscou nessa fórmula milagreira, mas ao mesmo tempo humilhante, a maneira de minorar, por algum tempo, o sofrimento de milhões de famílias que vivem quase exclusivamente dessa renda.

O governo conclamou as instituições bancárias a firmarem acordo de cavalheiros para não emprestar a juros mensais superiores a 3,3%. Os bancos, por sua vez, temem que o INSS atrase o repasse das prestações, além de reclamar do custo (R$ 0,30) que a Dataprev pretende cobrar por parcela do empréstimo debitada nos contracheques.

Atualmente, o INSS paga R$ 10 bilhões em benefícios, R$ 2,1 bilhões por intermédio do Banco do Brasil, que aderiu ao sistema fixando juros mais baratos, de 1,5% e 2,5% ao mês, com prazos entre dois e 36 meses.

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Premidos pela necessidade de gastos superiores à renda mensal, não raro com remédios de uso contínuo, a maioria dos aposentados terá de submeter-se à obtenção desse dinheiro extra, cujo dispêndio será muitíssimo mais rápido que os prazos fixados para a amortização.

E essa pode ser a forma de mortificar ainda mais a dolorosa experiência dos incriminados por erros que não cometeram.

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