A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Previdência Social desencadearam hoje a Operação Perseu com o envio de uma Força-Tarefa Previdenciária para cumprir 72 mandados de busca e apreensão e treze mandados de prisão em oito estados: Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo, Tocantins e Paraná.

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Segundo a Polícia Federal, já foram cumpridos os mandados de prisão de Luis Antonio Faria de Camargo, auditor-fiscal da Previdência Social; Fábio Luis Dutra Silva, sócio da Dutra e Cia., e dos responsáveris pelo Frigorífico Margen: Maurício Suaiden Jr., gerente geral; Jelicoe Pedro Ferreira, sócio direto; José Adilson Melan, contador; Cláudio Meira Campos de Arruda, gerente financeiro; e Luis Carlos Furlan, advogado.

A Força-Tarefa tema participação de 350 policiais federais e 67 auditores-fiscais da Previdência Social. Na cidade de São Paulo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e sete de prisão. A investigação instalada em Campo Grande (MS) durou mais de oito meses e começou quando a Polícia Federal recebeu denúncia anônima de que os sócios do Frigorífico Margen Ltda. atuavam como "laranjas" para fraudar operações financeiras. A empresa faturou no ano passado cerca de R$ 2,3 bilhões e exportou aproximadamente US$ 100 milhões.

Segundo a denúncia o Grupo Margen era uma organização criminosa voltada para a sonegação em larga escala de tributos federais, estaduais e municipais. A empresa teria retido R$ 150 milhões em créditos da Previdência, referentes a contribuições recolhidas de produtores rurais e não repassadas aos cofres públicos.

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Segundo a assessoria da Polícia Federal, "durante as investigações detectou-se que este grupo utilizava-se dos serviços de advogados, agentes públicos, contadores e despachantes que auxiliavam no funcionamento da estrutura criminosa montada pelos integrantes do Grupo Margen. Eles praticaram crimes como corrupção, sonegação fiscal, tráfico de influência, fornecimento de informações sigilosas da administração pública, facilitação de emissão de certidões negativas de débitos junto ao INSS, lavagem de dinheiro, apropriação indébita de contribuições previdenciárias, evasão de divisas públicas e formações de quadrilha".